Penso que todo mundo já entendeu que o vírus se replica nos organismos que infecta e quanto mais acontece essa replicação, maior a probabilidade de sofrer modificações genéticas, surgindo as tais variantes que, se tiverem alguma vantagem evolutiva, acabam predominando entre a população infectada.
É o caso da variante Gama (identificada em Manaus) que corresponde a 90% dos casos da capital paulista, segundo estudo da prefeitura divulgado hoje. No mesmo estudo não foi identificada a proliferação da variante Delta (Índia), que tem sido a mais comum no Reino Unido e, segundo declarações das autoridades sanitárias de lá, é 40% mais transmissível que a variante Beta que predominava anteriormente.
Lá, no Reino Unido, essa maior capacidade de transmissão é responsável por novo aumento na taxa de contaminação, o que levou o governo britânico a adiar medidas de relaxamento do isolamento por mais 4 semanas, mesmo que esse aumento de novos casos não estar redundando em aumento de mortes, fato atribuído à eficácia da cobertura vacinal no Reino Unido que tem 61% de pessoas vacinadas e 45% de imunizados (2 doses), enquanto nós temos 26% e 11% , respectivamente.
Aqui no Brasil a maior transmissibilidade da variante Gama já tem provocado aumento de casos e mortes. Caso a variante Delta que já circula por aqui se mostrar ainda mais transmissível, não teremos, como no Reino Unido, duas coisas fundamentais.
A primeira e a taxa de vacinação que já produz efeito de imunização coletiva e a segunda coisa é uma gestão responsável da pandemia, em que as novas medidas de afrouxamento do isolamento são tomadas pelo governo britânico considerando em primeiro plano os critérios sanitários.
No Reino Unido são os dados da pandemia que definem o que fazer. Aqui se faz o que a correlação de forças entre a ciência e o poder do negacionismo das autoridades e o que está disperso na sociedade permite. Aqui falo do negacionismo 2.0 turbo do Bolsonaro e bolsonaristas, mas também o que vem camuflado, como daqueles que defendem vacina, mas se apressaram em desmontar medidas de isolamento ou ainda nunca tiveram coragem de implementar o lockdown, mesmo com colapso de sistema de saúde gerando filas de espera de dias para acessar uma UTI.
Ou ainda o negacionismo mal disfarçado dos que condenam moralmente os que não ficam em casa, mas nunca defenderam ou promoveram de fato políticas de auxílio econômico emergencial, nem esse miserável 300 reais. Mas seguem apoiando a pauta liberal de privatizações e de teto dos gastos que promovem, na prática, a falência do estado como provedor de bem-estar social.
Nem todo aquele que diz: Vacina, Vacina! entrará no rol dos antinegacionistas.
NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 928
Total de mortes: 488.404
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.970
Casos confirmados em 24 horas: 40.865
Casos acumulados na pandemia: 17.454.861
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 67.007
Casos ativos: 1,550 milhão149 dias de campanha, pessoas vacinadas ao menos uma dose: 55,741 milhões (26,32% da pop.)
Em segunda dose, 130 dias: 23,743 milhões de imunizados (11,21% da pop.)
NO MUNDO Casos: 177 milhões
Óbitos: 3.825.400
1º – E U A: 615,2 mil
2º – Brasil: 488,4 mil
3º – Índia: 377,1 mil
4º – México: 230,1 mil
5º – Peru: 188,7 mil
6º – Reino Unido: 128 mil
7º – Itália: 127 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).