O negacionismo e suas consequências devastadoras para a população brasileira
A pandemia de Covid-19 tem sido uma das maiores tragédias da história recente, e a responsabilidade do governo brasileiro nesse processo é inegável. A política sistemática de negacionismo promovida por parte das autoridades, em especial o presidente da República, gerou consequências irreparáveis para a saúde pública e resultou em centenas de milhares de mortes e milhões de sequelados. Ao longo do processo, as ações governamentais, orientadas pela falsa tese da imunidade de rebanho, levaram ao boicote de medidas fundamentais para controlar o avanço do vírus e à falta de ações adequadas para garantir o bem-estar da população.
O Negacionismo e as Ações Deliberadas
De forma clara, os dados demonstram que a abordagem do governo brasileiro foi pautada por uma série de decisões que não foram frutos de ignorância, incompetência ou falta de recursos, mas sim de uma concepção deliberada. A negação da gravidade da doença, tratada como uma “gripezinha”, e a promoção do uso de medicamentos sem comprovação científica, como a cloroquina, não apenas agravaram a situação, mas prolongaram o sofrimento de milhares de brasileiros.
Os números são devastadores: enquanto países como o Vietnã, com uma população de 97 milhões de habitantes, registraram apenas 58 mortes, o Brasil superou a marca de 486 mil óbitos. Isso, em grande parte, é resultado de uma política que negligenciou a ciência e desconsiderou as recomendações da comunidade médica e dos especialistas. Se o Brasil tivesse adotado uma postura diferente, com medidas adequadas de isolamento social e a vacinação em massa desde o início da pandemia, muitos desses óbitos poderiam ter sido evitados.
A Vacinação: A Atraso e o Desperdício de Oportunidades
O ritmo da vacinação no Brasil tem sido frustrante e insuficiente. Com a campanha vacinal andando a passos lentos, a população continua exposta ao risco da doença, e o número de casos ativos segue alto. A média diária de vacinação no Brasil é de cerca de 531 mil pessoas, o que parece muito, mas é insuficiente quando comparado à necessidade do país. O Brasil vacinou mais lentamente do que 88 outros países, com uma taxa de vacinação de apenas 250 pessoas por cada 100 mil habitantes, por dia. Em um cenário de crise sanitária como o que estamos vivendo, esse ritmo é claramente insuficiente para conter o avanço da pandemia.
O Brasil, que no passado foi um exemplo mundial em campanhas de vacinação, agora se vê na posição de buscar vacinas com prazos de validade prestes a vencer. A compra de lotes de vacinas em fim de validade, como no caso da vacina Janssen, é uma demonstração de uma política pública falha e de um governo incapaz de agir com a urgência que a situação demanda.
O Preço da Negligência
O preço dessa negligência é alto. Cada morte causada pela Covid-19 no Brasil pode ser vista como uma morte decorrente das ações ou inações do Estado. Se as medidas de controle e as campanhas de vacinação tivessem sido mais rápidas e eficazes, muitos brasileiros ainda estariam vivos. Não podemos mais tratar a pandemia como um erro isolado ou como algo que foi inevitável. A responsabilidade pelas mortes e pelo sofrimento de milhões de brasileiros deve ser reconhecida e enfrentada.
Em um momento tão grave como este, em que as consequências da pandemia continuam a impactar a sociedade, é fundamental que a população e as autoridades do país reconheçam a importância de uma ação coordenada e responsável para combater a crise sanitária. Cada dia perdido é uma oportunidade de vida que deixamos passar.