Com a pandemia ainda devastando o país, o Brasil ultrapassa mais nações em termos de mortalidade, enfrenta dificuldades no ritmo de vacinação e lida com uma grave onda de desinformação propagada por autoridades políticas.
O Brasil alcançou, em 2021, uma posição alarmante no ranking global de mortalidade pela Covid-19, ultrapassando países como o Reino Unido, Eslovênia, Itália e Bélgica, e deve, em breve, superar a Eslováquia, alcançando a 8ª posição entre as maiores taxas de mortalidade. Embora outros países com índices mais altos de mortalidade apresentem atualmente melhores resultados no controle da pandemia, a tendência no Brasil é de piora nas próximas semanas e meses.
Apesar disso, o país parece estar estagnado no que diz respeito à vacinação. A campanha avança lentamente, e o Brasil ocupa a 66ª posição entre os países no índice de vacinação por 100 mil habitantes, que é crucial para garantir a imunidade coletiva e controlar a propagação do vírus. Em termos absolutos, 50,95 milhões de pessoas foram vacinadas, o que representa apenas 24,06% da população, com 23,3 milhões de pessoas recebendo a segunda dose, totalizando 11,01%.
A situação se agrava ainda mais com a disseminação de mentiras pelo presidente, que recentemente afirmou que o Tribunal de Contas da União (TCU) teria um relatório apontando que 50% das mortes por Covid-19 eram falsas, sendo causadas por outras doenças. Essa alegação foi desmentida, mas o dano já estava feito. Mais grave ainda, um auditor do TCU anexou suas próprias conclusões sem comprovação de fatos, possivelmente com motivação política, alimentando a guerra híbrida de desinformação e fornecendo combustível para os discursos negacionistas, propagados pelos apoiadores do presidente.
A desinformação se torna uma arma perigosa, prejudicando a confiança da população nas políticas públicas e dificultando o combate efetivo à pandemia. Em um cenário de escassez de vacinas e aumento de casos e mortes, o Brasil se vê em uma luta desigual contra a doença, com a falta de clareza e a propagação de fake news, que só dificultam ainda mais a saída dessa crise sanitária.
No Brasil
- Registro de mortes hoje: 2.693
- Total de mortes: 477.307
- Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.714
- Casos confirmados em 24 horas: 52.448
- Casos acumulados na pandemia: 17.038.260
- Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 58.955
- Casos ativos: 1,509 milhão
- Em 142 dias de campanha, pessoas vacinadas: 50,954 milhões (24,06% da população)
- Em segunda dose, 123 dias: 23,304 milhões (11,01% da população)
No mundo
- Casos: 175,3 milhões
- Óbitos: 3.769.900
- 1º – EUA: 613 mil
- 2º – Brasil: 477,3 mil
- 3º – Índia: 353,6 mil
- 4º – México: 228,8 mil
- 5º – Peru: 187,1 mil
- 6º – Reino Unido: 128,1 mil
- 7º – Itália: 126,7 mil
Dados da Johns Hopkins University (JHU)
A gestão da pandemia no Brasil enfrenta enormes desafios: a luta contra o vírus é difícil, o ritmo de vacinação é insuficiente e a desinformação se torna um obstáculo adicional. Em um momento em que o país precisa de unidade e ação eficaz, a falta de liderança clara e responsável compromete os esforços necessários para controlar a crise.