Casais homoafetivos adotam muito mais do que héteros

Na minha pequena experiência, vi dezenas de casos de crianças em situação de abandono nos hospitais.

O crescimento em lares onde a criança não recebe atenção e carinho, ou lares com violência explícita ou instabilidade afetiva dos pais (como pais com dependência psicológica e química a diferentes substâncias ou envolvimento no crime organizado) resulta em problemas do desenvolvimento em que “hiperatividade” e “transtorno de déficit de atenção” são a regra.

Na verdade, é o mínimo que uma criança em abandono desenvolve como um sujeito que teve de descobrir o mundo sozinho e onde a autoridade representa um desamparo. Vi também essas crianças recaindo num círculo vicioso de rejeição por apresentarem esses problemas de comportamento.

Um casal homossexual que decidiu romper esse ciclo na vida dessa criança com amor, afeto, estabilidade e atenção é definitivamente o que a cura. Que o significado de Família e Saúde sejam aprendidos com esse relato na reportagem abaixo. Que fique estabelecido de forma definitiva: a família é o afeto, não a relação heterossexual.

Hegel, um dos maiores teóricos do Estado que já pisaram na Terra disse “a família é antes ‘uma pessoa’. Seus membros são aqueles que abdicaram de seus interesses particulares. A unidade da família é o amor recíproco que, ao se exteriorizar, recupera a si mesmo. O Estado deve ter o maior respeito pela família porque é graças a ela que os membros individuais coincidem na experiência prática o interesse particular com o universal.” (Filosofia da história, pag 42, editora UnB)

Agora, como o amor narrado nessa reportagem, onde as pessoas abdicam de si mesmas pelo bem um do outro na produção de uma história em comum, pode não constituir uma família aos olhos do Estado para alguns?

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