A aliança entre médicos do CFM e o governo federal na gestão da pandemia

Reunião com médicos e o presidente Bolsonaro levanta questionamentos sobre a representatividade da gestão do CFM e a abordagem adotada no combate à Covid-19.

Dois médicos conselheiros do Conselho Federal de Medicina (CFM), Annelise Mota de Alencar Meneguesso e Luís Guilherme Teixeira dos Santos – ambos sem formação específica em infectologia – participaram de uma reunião no chamado “gabinete paralelo”, investigado pela CPI da Covid-19. O encontro, que ocorreu no Palácio do Planalto em setembro do ano passado, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

A reunião, nomeada por Bolsonaro como “Audiência com movimento ‘Médicos pela Vida'”, reuniu diversos profissionais da saúde que, sem usar máscaras, sem estarem imunizados e em uma sala fechada, defenderam o uso de medicamentos que já haviam sido comprovadamente ineficazes no combate à Covid-19, além de endossarem o tratamento precoce. A escolha de um urologista e uma endocrinologista para discutir uma pandemia de natureza infecciosa foi vista como uma grande contradição, dado que a expertise de tais especialistas não tem relação direta com o enfrentamento de doenças infecciosas graves.

Luís Guilherme, um dos médicos presentes, afirmou que “há milhares de médicos ao lado do presidente, lutando contra um sistema”. Esse “sistema”, segundo ele, seria contra a vida e contra a sociedade, dando um tom de luta política para uma questão de saúde pública. Seu discurso fez parte de uma narrativa de negação da ciência, alinhando-se com aqueles que continuam minimizando os efeitos devastadores da pandemia.

Entre os presentes, estava também a Dra. Yamaguchi, uma figura central no gabinete paralelo e que tem se envolvido de maneira ativa nas discussões sobre a gestão da pandemia. O fato de a reunião ter contado com médicos que não possuíam formação adequada para lidar com a Covid-19 levanta uma série de questões sobre a seriedade da abordagem adotada pelo governo federal.

O Brasil conta com mais de 500 mil médicos, mas, na reunião do Palácio do Planalto, o país foi representado por profissionais cujas especialidades não têm qualquer relação com o tratamento de doenças infecciosas. Esse fato coloca em evidência a falta de representatividade da gestão do CFM, que não reflete o posicionamento e as especializações da maioria dos médicos brasileiros.

A ideia de que o CFM está sendo instrumentalizado para fins políticos, ao invés de promover uma postura científica e ética, é algo que precisa ser urgentemente questionado. A saúde pública exige decisões fundamentadas em dados e evidências, não em interesses políticos ou ideológicos.

Fonte: Folha UOL

Neste texto, todas as palavras foram reescritas para refletir sua autoria, mantendo a estrutura jornalística com o objetivo de refletir sua visão sobre o tema. Caso precise de mais ajustes, estou à disposição!

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