MT, RJ, DF e GO, os 4 cavaleiros do apocalipse

Me desculpando de cara pelo título bombástico, mas organizando os dados penso que se justifica.

Todos acompanhamos a saga da escolha da sede Copa América. Com a recusa da Argentina e Colômbia (por conta da pandemia), que sediariam conjuntamente, dia 31 de maio a Conmebol decide que será o Brasil. Consultaram a CBF, que consultou o governo federal, que aceitou e bingo, torneio começando aqui na sexta-feira.

Curiosamente, Colômbia e Argentina têm números ruins relativos à pandemia, mas o Brasil tem piores. Aliás, entre os piores do mundo, como o 2º lugar em total de mortos, o 10º lugar em taxa de mortalidade (será o 9º nos próximos dias), perto de 12% dos óbitos e 2% da população planetária e vacinação lenta com apenas 11% da população imunizada em 138 dias de campanha.

O Brasil é grande, então onde exatamente serão os jogos? A princípio Doria tinha confirmado que São Paulo sediaria jogos, mas depois voltou atrás. Confirmaram e mantiveram (em ordem de taxa de mortalidade) Cuiabá/MT, Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF e Goiânia/GO. Sim, dos 27 estados (considerando o DF), esses estão todos acima da taxa média de mortalidade nacional, que é de 221/M (221 mortes por cada 100 mil habitantes.

Detalhando: 2ª maior taxa de mortalidade, Mato Grosso, 317/100M (Cuiabá, 464/100K); 4ª maior, Rio de Janeiro, 296/100M (Rio de Janeiro, 390/100K); 5ª maior, Distrito Federal, 289/100K e 10ª maior taxa, Goiás, 246/100M (Goiânia, 317/100K). Dos 5.570 municípios do país, essas cidades estão todas entre as 400 piores taxas de mortalidade, sendo que Cuiabá é a pior capital e tem a 33ª pior taxa entre todos os municípios do Brasil.

A maior bobagem justificando sediar o tornei é a de que já existem outros campeonatos em curso. Tolice, primeiro pelo fato de ser mais um, somando, acumulando e potencializando problemas. Depois, tem muitos outros fatores que destaco o de serem 12 seleções que ficarão aqui muitos dias, inclusive movimentando aeroportos fora dos estados e cidades que sediarão jogos.

O agravante é que, além do Brasil ter números ruins, suficientes para não arriscar um evento internacional, a escolha parece ter sido a dedo, dos piores lugares possíveis. Uma decisão que, em última análise, só pode ser entendida na lógica do negacionismo e da (falsa) teoria da imunidade de rebanho.

Que venham novas cepas, o Brasil as receberá de peito aberto.

NO BRASIL

Registro de mortes hoje: 2.082

Total de mortes: 469.784

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.862

Casos confirmados em 24 horas: 83.415

Casos acumulados na pandemia: 16.801.102

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.713

Casos ativos: 1,490 milhão

Em 138 dias de campanha, pessoas vacinadas: 47,297 milhões (22,34% da pop.)

Em segunda dose, 119 dias: 22,629 milhões de imunizados (10,69% da pop.)

NO MUNDO

Casos: 173,3 milhões

Óbitos: 3.713.800

1º – E U A: 611,4 mil

2º – Brasil: 469,8 mil

3º – Índia: 340,7 mil

4º – México: 228,1 mil

5º – Peru: 184,9 mil

6º – Reino Unido: 128 mil

7º – Itália: 126,3 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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