Covid-19: Morte no mundo do trabalho

Muito bom o estudo do Instituto Polis sobre a correlação entre ocupações profissionais e a taxa de mortalidade por Covid-19 na cidade de São Paulo, com dados da prefeitura. O estudo intitula-se Trabalho, território e Covid no município de São Paulo. O estudo completo pode ser acessado no site do Polis.

De cara tem uma curiosidade, somente 37,8% dos mortos tinham ocupação remunerada. A maioria dos quase 30 mil mortos da capital é de aposentados, 32,2% e donas de casa, 15,7%. Desempregados foram 1,3%, completando os que morreram sem vínculo com emprego. Tem ainda 12,8% em que não havia registro da atividade laboral.

Entre as atividades ocupacionais que mais registram mortes por Covid-19 estão as empregadas domésticas, motoristas de táxi ou aplicativo e pedreiros (construção civil). Dos motoristas não há dados de quantos eram de aplicativos e taxistas tradicionais.

O estudo confirma outros no que se refere ao corte racial e social impactando o número de mortes. Não havia a informação da renda nos dados primários, mas escolaridade, que possibilita a inferência relativamente a renda.

Uma das pesquisadoras, Danielle Klintowitz comenta que o setor de alimentação teve mortalidade inferior ao da construção civil, em particular os pedreiros, atribuindo ao primeiro setor maior cuidado com os protocolos. A pesquisadora reclama, com justiça, de sendo um setor não essencial, poderia haver suspenção de obras, com o socorro do auxílio emergencial.

Quem como e mora em uma região que tem dezenas de obras de construção de edifícios em poucos quarteirões, já deve ter notado a aglomeração de trabalhadores sem uso de máscara. É um fenômeno semelhante ao uso de EPI, quanto mais o cuidado fica por conta do usuário individualmente, mais acidentes por não uso ou uso inadequado.

O equipamento é individual, mas seu uso tem que se produzir no ambiente como um todo, inclusive com interveniência de fiscalização e orientação constante. Em bares e restaurantes o uso de máscara envolve inclusive a dinâmica de atendimento do cliente que também deve entrar no estabelecimento usando máscara.

Lamentável é que nem mesmo a orientação geral e prioritária foi a de se fazer isolamento social. Como costumo dizer, em São Paulo a regra sempre foi lentidão para tomar medidas de distanciamento e rapidez para relaxá-las.

NO BRASIL

Registro de mortes hoje: 2.346

Total de mortes: 465.312

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.870

Casos confirmados em 24 horas: 77.898

Casos acumulados na pandemia: 16.625.572

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 61.370

Casos ativos: 1,537 milhão

Em 136 dias de campanha, pessoas vacinadas: 46,496 milhões (21,96% da pop.)

Em segunda dose, 116 dias: 22,408 milhões de imunizados (10,58% da pop.)

NO MUNDO

Casos: 172,5 milhões

Óbitos: 3.582.800

1º – E U A: 610,4 mil

2º – Brasil: 465,3 mil

3º – Índia: 335,1 mil

4º – México: 223,6 mil

5º – Reino Unido: 128 mil

6º – Itália: 126,2 mil

7º – Rússia: 121,9 mil


Dados JHU (Johns Hopkins University).

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