Fui porque o maior vetor do vírus é esse governo genocida. Fui porque a vacinação segue a passos de jaboti cansado. Fui porque as instituições que poderiam conter o facínora não o fazem. Com uma centena de crimes de responsabilidade já computados, o parlamento segue ignorando dezenas de pedidos de impeachment, as vezes com a desculpa cínica de não atrapalhar o combate à pandemia.
E isso nos remete à CPI, que a cada dia de funcionamento nos joga na cara os absurdos cometidos em nome do fundamentalismo negacionista que organizou o plano de espalhar o vírus em nome de uma estupidez pseudocientífica que atende pelo nome de imunidade de rebanho. Tudo o mais, de cloroquina, tratamento precoce e boicote às vacinas, é somente ações coerentes com a tal imunidade de rebanho, que seria perfeita se o rebanho atingido fosse exclusivamente o gado bolsonarista.
Sim, eu fui, porque se é fato que há riscos em aglomerar, mesmo numa concentração em que todo mundo usava máscara, passou da hora de tentar demonstrar força pela mobilização do popular que possa apressar a saída de Bolsonaro para mudar completamente o rumo do combate à pandemia, melhor, instaurar de verdade o combate à pandemia com vacina no braço e comida no prato.
É urgente, muito urgente mesmo, de uma urgência desesperadora, porque nos próximos 3 ou 4 meses poderemos chegar em 700 mil mortes e milhões de pessoas com sequelas. Mas também, não podemos esquecer, que sem estancar a pandemia, gasta-se bilhões para cuidar dos doentes. Hoje, por exemplo, são perto de 1,5 milhão de pessoas com a doença ativa, com uma média que se mantem muito alta por meses.
Ano que vem, com eleições e, na minha opinião, com convocação de um plebiscito para reverter os entulhos legais e constitucionais privatistas e inviabilizadores das políticas públicas para a garantia de direitos sociais, repensaremos o Brasil e daremos rumos para as próximas décadas.
Mas não dá para esperar tanto para combater a pandemia. O vírus não dá trégua, não faz pacto nem acordos por cima. Também não segue o calendário eleitoral. Por isso eu fui e irei quantas vezes preciso for para gritar fora Bolsonaro, com o povo na rua tentando empurrar o parlamento. Isso, ou seguir contado mortos aos milhares todos os dias.
NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 1.971
Total de mortes: 461.142
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.836
Casos confirmados em 24 horas: 78.352
Casos acumulados na pandemia: 16.471.009
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 60.644
Casos ativos: 1,446 milhão
Em 133 dias de campanha, pessoas vacinadas: 45,141 milhões (21,32% da pop.)
Em segunda dose, 114 dias: 22,033 milhões de imunizados (10,40% da pop.)
NO MUNDO Casos: 171,2 milhões
Óbitos: 3.555.300
1º – E U A: 609,4 mil
2º – Brasil: 461,1 mil
3º – Índia: 326 mil
4º – México: 221,1 mil
5º – Reino Unido: 128 mil
6º – Itália: 126 mil
7º – Rússia: 120,8 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).É o que registra o diário de bordo.
Uma vez que estou sendo questionado sobre a minha participação hoje em um movimento de rua (ao ar livre) que reuniu milhares de pessoas, e por entender que é pertinente esse questionamento, esclareço:
1. Houve organização no evento, que levou muito a sério o bloqueio respiratório. TODAS as pessoas estavam de máscara e havia organizadores/participantes fiscalizando continuamente o uso. Prevenção ao invés de negacionismo deliberado.
2. Não havia contato físico (abraços, beijos, etc) entre as pessoas.
3. O consumo de bebidas alcoólicas era desestimulado por implicar na retirada da máscara.
4. Havia várias pessoas da organização e dos movimentos sociais distribuindo gratuitamente máscaras PFF2 para quem danificasse a sua ou precisasse de reposição. Álcool em gel também era oferecido gratuitamente.
5. Para quem tivesse comorbidade foi sugerido participar de carreata neste mesmo evento, acompanhando a passeata ao final.
6. Por fim, no que diz respeito a mim, já estou imunizado com duas doses e não retirei minha máscara PFF2 em nenhum momento. Entendi que, assim, não coloquei ninguém em risco.
7. Há uma diferença clara entre um movimento que se organiza com medidas preventivas e outros que as repudiam e desestimulam.
Abraços!
Fora Bolsonaro – e o mais rápido possível.