Doria é um falso antinegacionista

São Paulo (o estado) é um caso especial no “combate” à pandemia. Certamente é o estado que mais anunciou lockdown que nunca foi implementado, mas é rápido em medidas de relaxamento do que já estava relaxado. Doria fez hoje o anúncio de uma nova etapa da vacinação para pessoas de 45 a 59 anos e o plano seria, ao que parece, anunciar maior flexibilização para dia 01 de junho.

É mesmo uma técnica, mais vacinas (no futuro) e mais relaxamento. O que fez água foi o fato de que a taxa de ocupação de UTI estar aumentando, o que fez Doria desistir, por enquanto, adiando a flexibilização em duas semanas. Seria a típica flexibilização do já flexível, pois estenderia ainda mais o horário do comércio, mais 2 horas (até às 22 horas).

Mas isso merece mais análise. A ampliação do faixa etária da vacinação anunciada é para 1 de julho, enquanto a flexibilização do horário do comércio seria a partir de 1 de julho, 30 dias antes. Além disso, não é somente a taxa de ocupação de UTI que subiu, mas também a média móvel de casos tem subido fortemente há 17 dias consecutivos, enquanto a média móvel de óbitos está estável por duas semanas, mas em patamar elevado, próximo a 500 mortes.

Não bastasse, temos a identificação de uma nova variante do vírus detectada pela UNESP nos municípios de Mococa e Porto Ferreira, a chamada P4 (por ser próxima a P1 de Manaus) e agora a chegada pelo Aeroporto de Guarulhos de um passageiro vindo da Índia com a variante que tem matado perto de 5 mil indianos por dia.

A saga desse passageiro nos dá conta de como ajudamos o vírus a se espalhar. Saiu da Índia com teste negativo feito 3 dias antes de embarcar. No aeroporto de Guarulhos, fez por conta própria novo exame, mas antes do resultado embarcou para o Rio de Janeiro, pois reside em Campos dos Goytacazes /RJ. A ANVISA foi avisada no final da noite e está (?) tomando as providências para rastrear a rede de contatos e as demais medidas sanitárias adequadas.

Acontece que o passageiro vinha do principal foco da pandemia no momento e que lida com a mais temida variante, conforme sucessivos alertas da OMS. A orientação genérica é de que o passageiro é liberado com PCR negativo de 3 dias, o que é um absurdo sem tamanho. A solução seria simples, se bem que de difícil execução, teste rápido ao desembarcar para quem veio direto ou com voos com escala que passaram pela Índia.

São Paulo, com 109.241 mortes acumuladas, se fosse um país estaria em 8º lugar em total de óbitos e em taxa de mortalidade, com 238/100M. A tempos venho chamando a atenção para o que se produz no estado em termos de combate à pandemia. Ao estilo tucano, muito mais propaganda do que resultados. Doria é um antinegacionista fake. As decisões e os resultados atestam isso, mas a grande mídia segue sendo o Diário Oficial do tacanistão.

No Brasil os dados apontam diminuição da média móvel de mortes, mas persiste a média móvel de novos casos estável, mas em patamar elevado. Com uma pequena variação, a quantidade de casos ativos diários de Covid-19 aumentou, registrando pelo segundo dia seguido o maior número de toda a pandemia.

NO BRASIL

Registro de mortes hoje: 2.399

Total de mortes: 454.623

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.823

Casos confirmados em 24 horas: 79.459

Casos acumulados na pandemia: 16.275.440

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.750

Casos ativos: 1,548 milhão

Em 130 dias de campanha, pessoas vacinadas: 43,495 milhões (20,54% da pop.)

Em segunda dose, 111 dias: 21,443 milhões de imunizados (10,13% da pop.)

NO MUNDO

Casos: 169,6 milhões

Óbitos: 3.518.800

1º – E U A: 606,1 mil

2º – Brasil: 454,6 mil

3º – Índia: 315,3 mil

4º – México: 222 mil

5º – Reino Unido: 128 mil

6º – Itália: 126,6 mil

7º – Rússia: 119,6 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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