Pós vacina, não mude a rotina… isso serve para quem fazia a coisa certa, por óbvio.
Primeiro para proteger as outras pessoas. Mesmo vacinada, a pessoa pode transmitir o vírus para quem ainda não está imunizado. Na melhor das hipóteses as vacinas, em caso de contágio, diminuem a carga viral suficientemente para não adoecer o organismo, mas isso não significa que, mesmo com carga viral baixa, não se possa transmitir o vírus. O vírus é novo, a vacina mais ainda, na dúvida, máscara e álcool em gel seguem recomendados.
Depois para a proteção do próprio vacinado. A vacina não faz efeito imediato, em semanas é que seus efeitos preventivos serão produzidos. Isso na primeira dose. A segunda dose funciona como um reforço à “memória” do sistema imunológico, que fica ainda mais em alerta e com maiores chances de anular o ataque do vírus.
Então, nada de pressa, nada de sair por aí sem máscara e sem os cuidados com higiene. Lembrando que no caso da Covid-19 não se pode falar de imunização individual, mas de vacinação em massa, capaz de controlar a transmissão epidêmica. A imunização coletiva é que tem que ser a meta, sendo quase certo que teremos a necessidade de vacinação periódica de reforço.
Controle em massa significará inclusive a diminuição das chances de que o vírus sofra mutações que podem, em tese, serem mais agressivas e, na pior das hipóteses, driblar o efeito imunizante da vacina. Radicalizando, vacina faz sentido apenas se houver vacinação como estratégia sanitária coletiva (social mesmo) de imunização.
A imagem que me ocorre é a de que um indivíduo pode tentar preservar seu emprego trabalhando com alto grau de profissionalismo, mas se a empresa falir é o posto de trabalho que desaparece.
Só lembrando que em países que estão vacinando em massa e relaxando muito na prevenção e isolamento, a taxa de transmissão do vírus tem aumentado. Isso nos lembra que o esforço deverá ser planetário, assim como desmatamento, aquecimento global, resíduos tóxicos, fome, conflitos armados entre outros temas globais.
Sim, a pandemia pode ser aproveitada pelo seu potencial de descortinar uma serie de fatores que tornam nossa vida social insustentável. O mal que provoca a ausência de sistemas robustos de serviços de saúde universais e gratuitos não é uma constatação difícil de se fazer. Por isso o esforço de guerra ideológica maciça, inclusive na busca de dar ênfase ao heroísmo profissionais e pacientes, omitindo que existe um sistema de saúde por trás.
Aqui há inclusive a brutal disputa com as forcas reacionárias que cotidianamente promovem seus infindáveis ataques com fake news e paranoia anticomunista, distraindo a sociedade do que deveria ser o foco – SUS, políticas sociais e projeto de soberano de desenvolvimento.
Os dados apontam diminuição da média móvel de mortes, mas persiste o aumento da média móvel de novos casos e a quantidade de casos ativos diários de Covid-19, que hoje registrou o maior número de toda a pandemia.
NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.198
Total de mortes: 452.224
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.835
Casos confirmados em 24 horas: 74.845
Casos acumulados na pandemia: 16.195.981
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.785
Casos ativos: 1,547 milhão
Em 129 dias de campanha, pessoas vacinadas: 42,992 milhões (20,30% da pop.)
Em segunda dose, 110 dias: 21,215 milhões de imunizados (10,02% da pop.)
NO MUNDO
Casos: 169 milhões
Óbitos: 3.504.800
1º – E U A: 605 mil
2º – Brasil: 452 mil
3º – Índia: 311,4 mil
4º – México: 221,7 mil
5º – Reino Unido: 128 mil
6º – Itália: 125,5 mil
7º – Rússia: 119,2 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).