Ciência na veia – vírus ancestral pode explicar mortalidade nas UTIs

Eu tenho escrito, de forma tímida, pois não sou especialista, que haveria possíveis causas explicativas para as enormes diferenças na mortalidade e na forma de evolução da doença, inclusive entre países e etnias. Evidente que medidas sanitárias que possibilitaram o controle da evolução da pandemia se constitui a principal razão de discrepâncias entre países ou mesmo regiões, mas num grupo de pessoas infectadas, o que levaria uns a desenvolverem formas mais severas e, dentre esses, alguns com pouca resposta aos tratamentos e uma morte precoce?

Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que a presença do retrovírus endógeno humano da família K (sigla em inglês, HERV-K) está associada aos casos mais graves e à mortalidade precoce. O estudo que se desenvolveu de março a dezembro de 2020, constatou elevados níveis de HERV-K no trato respiratório, associam-se à maior severidade da doença e maior mortalidade precoce.

A infecção em laboratório de células de indivíduos saudáveis com Sars-Cov-2, também provocou o aumento nos níveis de HERV-K.O que o estudo sugere é a hipótese de que esse retrovírus permanece inerte (calado) geneticamente, mas de alguma forma o Sars-Cov-2 pode reativá-lo. Endógeno significa que já está presente no organismo e pode ser reativado, mas não é que ressuscita. Ocorre que a sequência genética do vírus que infectou nossos ancestrais está codificada no genoma humano e o Sars-Cov-2 consegue reativar essa expressão, liberando partículas semelhantes ao vírus.

Veja a pesquisa: www.researchsquare.com/article/rs-514541/v1 (estudo ainda não revisado por pares).

Publico a notícia com a intenção de exaltar nossa ciência que, apesar de tudo, tem feito descobertas significativas no que se refere a compreender o vírus e a pandemia. O lamentável é que se desperdiçou recursos preciosos com pesquisa inútil sobre vermífugos e na compra e produção de cloroquina, além da distribuição de kit para tratamento precoce.

A projeto de destruição de nossas universidades públicas e de nossa pesquisa soberana tem sido uma tarefa cotidiana, diuturna e, infelizmente, eficaz. E não são as idiotices do presidente e de sua horda de ignorantes o que mais estrago tem causado, mas o Paulo Guedes e seu projeto entreguista. Guedes que foi apresentado pela mídia hegemônica como a ala racional do governo. Só não explicaram de que racionalidade falavam. Não há soberania sem ciência, como não há ciência sem um projeto nacional.

NO BRASIL

Registro de mortes hoje: 841

Total de mortes: 450.026

Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.881

Casos confirmados em 24 horas: 37.563

Casos acumulados na pandemia: 16.121.136

Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.719

Casos ativos: 1,482 milhão

Em 128 dias de campanha, pessoas vacinadas: 42,540 milhões (20,09% da pop.)

Em segunda dose, 109 dias: 20,936 milhões de imunizados (9,89% da pop.)

NO MUNDO Casos: 168,6 milhões

Óbitos: 3.493.200

1º – E U A: 604,3 mil

2º – Brasil: 449,9 mil

3º – Índia: 307,2 mil

4º – México: 221,6 mil

5º – Reino Unido: 128 mil

6º – Itália: 125,3 mil7º – Rússia: 118,9 mil

Dados JHU (Johns Hopkins University).

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