Com a chegada da variante indiana do coronavírus, o Brasil se vê diante de um novo desafio no combate à pandemia, enquanto as autoridades tentam controlar a disseminação da cepa e os números de casos e mortes continuam a crescer.
O Brasil registrou, no dia 20 de maio de 2021, a confirmação da presença da variante indiana do coronavírus, conhecida como B.1.617, em seis pessoas a bordo de um navio. A variante tem sido descrita como mais agressiva e com maior capacidade de transmissão do que outras variantes já conhecidas, como a inglesa e a brasileira P-1, com base em estudos preliminares e na observação da explosão de casos na Índia. Esse cenário desperta uma grande preocupação, dado o impacto devastador que essa cepa teve no país asiático.
A descoberta ocorreu após a identificação de 15 pessoas infectadas no navio, das quais seis foram confirmadas com a variante indiana por meio de testes genômicos. Os tripulantes foram colocados em quarentena, sem permissão para desembarcar, enquanto as autoridades tentam identificar outras pessoas que possam ter tido contato com os infectados. A pergunta que surge é se essas pessoas, por sua vez, tiveram contato com outras mais, o que poderia dificultar ainda mais o controle da transmissão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado para os riscos dessa nova variante, que já circula em 51 países, incluindo a Argentina. A cepa foi detectada na Índia em dezembro de 2020 e, desde então, a situação naquele país se agravou, com números alarmantes de casos e mortes. No Brasil, o governo federal, apenas em 14 de maio, proibiu a entrada de estrangeiros vindos da Índia, mas a medida já chega com grande atraso, dada a gravidade da situação.
Ainda não se pode afirmar com certeza que a variante indiana seja mais transmissível e virulenta do que as outras, pois a comunidade científica segue analisando os dados. Contudo, é difícil ignorar a possibilidade de que a cepa tenha contribuído para a dramática piora da situação na Índia. No Brasil, com a vacinação ainda em ritmo lento e a falta de controle eficaz da pandemia, o país corre o risco de se tornar um laboratório para estudar os efeitos dessa variante.
Enquanto isso, os números da pandemia continuam a preocupar. A média móvel de mortes tem mostrado um aumento constante, assim como os casos confirmados, que seguem em ascensão desde o final de abril. Com 1,375 milhão de casos ativos, a situação ainda exige um esforço significativo para conter a propagação do vírus.
NO BRASIL
- Registro de mortes hoje: 2.527
- Total de mortes: 444.391
- Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.971
- Casos confirmados em 24 horas: 83.367
- Casos acumulados na pandemia: 15.815.191
- Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.962
- Casos ativos: 1,375 milhão
- Em 124 dias de campanha, pessoas vacinadas: 41,100 milhões (19,41% da população)
- Em segunda dose, 105 dias: 20,210 milhões de imunizados (9,54% da população)
NO MUNDO
- Casos: 166,8 milhões
- Óbitos: 3.451.400
- 1º – EUA: 602,6 mil
- 2º – Brasil: 444,4 mil
- 3º – Índia: 291,4 mil
- 4º – México: 220,8 mil
- 5º – Reino Unido: 128 mil
- 6º – Itália: 124,8 mil
- 7º – Rússia: 117,4 mil
Fonte: Dados JHU (Johns Hopkins University)
Com a chegada da variante indiana e o agravamento da situação sanitária, o Brasil enfrenta um período crítico, e a urgência em avançar com a vacinação e adotar medidas rigorosas de controle não pode ser mais ignorada. O país está em um ponto crucial da pandemia, e cada dia de atraso pode resultar em mais tragédias evitáveis.