O Brasil no caminho das Índias

Infelizmente inauguramos ontem (20) o assunto que deverá povoar noticiários e também o nosso imaginário no próximo período. Está entre nós a variante indiana do Sars-CoV-2. Seis pessoas que estavam em um navio apresentaram a variante, um deles foi removido em estado grave para um hospital de São Luís/MA.

A variante indiana do coronavírus é chamada de B.1.617, reconhecidamente mais agressiva e com capacidade de transmissão ainda maior que a variante inglesa e a da que se originou em Manaus (P-1), ao menos é isso que indicam os estudos e a constatação empírica quando acompanhamos a subida brutal de casos e mortes na Índia.

Na verdade, o navio tinha 15 infectados e no teste genômico 6 foram identificados com a variante. Os tripulantes estão no navio, sem permissão de desembarque. O que se noticia é que 100 pessoas tiveram contato e estariam sendo identificadas e postas em quarentena, o que é correto. A pergunta é se essas pessoas tiveram contato com outras mais e, se for o caso, o controle ficaria muito prejudicado.

A OMS tem alertado que essa cepa é muito preocupante e já circula desde dezembro na Índia e nesse mês já em 51 países, inclusive na Argentina. Com o atraso de sempre, seguindo o plano negacionista genocida, somente no dia 14 de maio o governo federal proibiu a entrada de estrangeiros em voos com origem na Índia, conforme edição extra do Diário Oficial da União.

A comunidade científica, a bem da precisão da informação, não cravou ainda que a variante é de fato mais agressiva e transmissível. A piora colossal do quadro na Índia poderia estar ligada a outros fatores que gerariam uma fragilidade da proteção sanitária. Mas, convenhamos, são condições existentes desde o início da pandemia. Não é paranoia supor que a nova cepa tem papel importante no atual quadro indiano.

O dramático é que, com nossa já proverbial falta de controle da pandemia e nossa vacinação lenta, poderemos nos transformar no laboratório para desvendar se a cepa indiana é de fato mais virulenta. Que calamidade podermos ter esse papel.

Os dados informam nova subida da média móvel de mortes e aumento (essa vez mais acentuado) da média móvel de casos, tendência desde final de abril. Os casos ativos permanecem com índice elevado.

NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.527
Total de mortes: 444.391
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.971
Casos confirmados em 24 horas: 83.367
Casos acumulados na pandemia: 15.815.191
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.962
Casos ativos: 1,375 milhão
Em 124 dias de campanha, pessoas vacinadas: 41,100 milhões (19,41% da pop.)
Em segunda dose, 105 dias: 20,210 milhões de imunizados (9,54% da pop.)

NO MUNDO
Casos: 166,8 milhões
Óbitos: 3.451.400
1º – E U A: 602,6 mil
2º – Brasil: 444,4 mil
3º – Índia: 291,4 mil
4º – México: 220,8 mil
5º – Reino Unido: 128 mil
6º – Itália: 124,8 mil
7º – Rússia: 117,4 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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