Vacinação lenta pode levar à terceira onda

Muita gente boa duvidava da possibilidade de uma segunda onda da pandemia entre nós. Afinal, desde agosto os dados mostravam o fim do chamado platô que durava quase dois meses e já se observavam sinais de queda lenta de casos e mortes, tendência que perdurou até novembro. Da média móvel de óbitos acima de mil chegamos em 11/nov. a 322.

Foi quando os efeitos da segunda onda foram se apresentando de um jeito inconteste e os números se mostraram incrivelmente altos, tendo ocorrido nos meses de março e abril picos de média móvel acima de 3 mil mortes (2 em março e 5 em abril).

De meados de abril em diante se estabelece uma queda sensível na média móvel de mortes, de 3 mil para a casa dos 1,9 mil de agora, mas a média móvel de novos casos cai ainda em março, mas de forma mais lenta, e estagna nos últimos 20 dias no patamar de 60 mil casos. Outro indicador que estacionou desde meados de março é o de casos ativos, entre 1,2 e 1,4 milhões por dia.

Esses dados, analisados por Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),tem gerado alertas da possibilidade de uma terceira onda, como consta no boletim do Observatório Covid-19 divulgado há dois dias. O boletim constata a redução da mortalidade ao mesmo tempo que há um ligeiro aumento de casos.

Soma-se isso à queda de 50% de ritmo de vacinação, e temos uma equação potencialmente explosiva, mesmo que a pressão sobre leitos de UTI e a questão dos insumos esteja menor. Alias, novas cepas e colapso da rede hospitalar são elementos que agravaram a crise da segunda onda em que houve mortes pura e simplesmente por desassistência.

O boletim da Fiocruz, além do alerta, insiste no que deveria ser a condução estratégica do combate à pandemia, se não fosse a orientação genocida do negacionismo pela estratégia da imunidade de rebanho (= infectar todo mundo rapidamente), que é testagem, rastreamento de contato com medidas de quarentena, barreiras sanitárias, isolamento social, enfim, tudo que de fato funciona, além de intensificar a vacinação, a medida que está, desgraçadamente, bem prejudica pela escassez de vacina.

Frente ao pequeno alívio atual a boletim aponta a possibilidade de “permitir a readequação dos serviços de saúde, com atuação mais intensa dos serviços de Atenção Primária de Saúde, bem como o esclarecimento da população, empresas e gestores locais sobre a importância de se intensificar as práticas de proteção individuais e coletivas, como o uso de máscaras, higienização pessoal e de ambientes domiciliares”.

O triste é que sabemos fazer o que é correto. O trágico é que a escolha foi fazer errado. Que um dia possamos condenar os responsáveis. Só não podemos esquecer. Justiça e verdade sobre os crimes da pandemia.

NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.189
Total de mortes: 432.785
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 1.913
Casos confirmados em 24 horas: 84.486
Casos acumulados na pandemia: 15.521.313
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 61.993
Casos ativos: 1,391 milhão
Em 118 dias de campanha, pessoas vacinadas: 38,360 milhões (18,12% da pop.)
Em segunda dose, 99 dias: 19,020 milhões de imunizados (8,98% da pop.)

NO MUNDO
Casos: 163,1 milhões
Óbitos: 3.377.400
1º – E U A: 599,3 mil
2º – Brasil: 432,8 mil
3º – Índia: 266,2 mil
4º – México: 219,9 mil
5º – Reino Unido: 127,9 mil
6º – Itália: 123,9 mil
7º – Rússia: 115,1 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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