São Paulo segue avançando … para trás

São Paulo chegou hoje a 100,6 mil mortes acumuladas pela Covid-19. Se fosse um país estaria em 8º lugar em total de óbitos e teria a taxa de mortalidade de 219,1/100K. Se a taxa de mortalidade do Brasil fosse igual a de SP, o país teria hoje 464 mil óbitos.

São Paulo teve um processo de condução da crise sanitária sofrível desde o início e foi piorando com o tempo. Como disse no início de março o epidemiologista Marcos Boulos, colaborador no comitê de crise de Doria, que afirmou em entrevista à Patricia Pasquini da UOL (11/03), que até um certo período Doria seguia a ciência, depois cedeu à pressão de ‘interesses’.

Costumo dizer que Doria parece ter se encantado com figura de paladino da vacina, apostando na Sinovac/Butantan, e achou que poderia se escudar e tocar o combate à pandemia de forma cada vez mais parecida com o negacionismo, despido da retórica grotesca à moda do bolsonarismo.

O governador, bolsonarista de primeira hora (quem esquece do BolsoDoria), comunga com toda a pauta hiperliberal de Guedes, inclusive no seu jeito de enxergar o estado não como provedor de equidade social e impulsionador de desenvolvimento, mas como balcão de negócios, tarefa a que Doria se dedicou (e se fez famoso) com a sua empresa LIDE, se especializando em “aproximar” empresários e governantes. Estreitar laços, no jargão do empreendedorismo.

Os resultados do combate a pandemia são muito ruins e isso se deve ao fato da condução ter muitas semelhanças nos erros do Ministério da Saúde e dos negacionistas de vários estilos. O estado testou pouco, não apostou em campanhas de massa e evitou a todo custo o lockdown, criando fases intermediárias por um lado para evitá-lo e por outro lado para apressar processos de flexibilização. Notórias foram suas medidas de volta às aulas e cultos religiosos presenciais em momento em que os índices apontavam a piora da pandemia.

Também vejo Doria gastar em questões menores o seu capital político adquirido na queda de braço com Bolsonaro no assunto CoronaVac, fazendo um governo como quem se esconde, ou talvez poupando para explorá-lo midiaticamente nas eleições. Penso que deveria, além de tomar medidas não negacionistas, assumir papel mais decisivo de liderar a denúncia e o enfrentamento por uma campanha de vacinação digna desse nome.

Mas para isso sua aliança teria que passar pelos governadores do Nordeste, talvez por isso é que tivemos o Doria sendo Doria. Liderando a vanguarda do retrocesso, papel que cai como uma luva às elites paulistas em que os tucanos formam uma verdadeira oligarquia. Até quando São Paulo vai ser a capitania hereditária do tucanato?

Verifica-se queda na média móvel de mortes, mas estabilidade com mais um pequeno aumento da média móvel de novos casos. O total de casos ativos segue muito alto.

NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.091
Total de mortes: 421.484
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 2.131
Casos confirmados em 24 horas: 63.268
Casos acumulados na pandemia: 15.150.628
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 60.734
Casos ativos: 1,312 milhão
Em (*) 111 dias de campanha, pessoas vacinadas: 35,250 milhões (16,65% da pop.)
Em segunda dose, 92 dias: 17,730 milhões de imunizados (8,37% da pop.)

NO MUNDO
Casos: 158,8 milhões
Óbitos: 3.301.800
1º – E U A: 595,5 mil
2º – Brasil: 421,5 mil
3º – Índia: 242,4 mil
4º – México: 218,7 mil
5º – Reino Unido: 127,8 mil
6º – Itália: 122,7 mil
7º – Rússia: 112,6 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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