A pandemia no Brasil jamais será esquecida

São 100 dias com média móvel do mortes acima de mil mortes. São cem dias em que morreram 191.394 pessoas nesse período. São 410 dias desde o registro oficial da primeira morte, em 17 de março do ano passado, com a média diária nesse período de 986 mortes. São números assustadores.

O tempo que geralmente reservo para produzir uma memória e uma análise da pandemia, o meu diário de bordo, usei para participar virtualmente da fundação da Associação Nacional em Apoio e Defesa das Vítimas da Covid-19 – Vida e Justiça.

Vou atuar na área de MEMÓRIA da associação. Fui chamado pelo Deputado Pedro Uczai que foi um impulsionador da criação. Senti como uma convocação, tentar incidir num tema sobre o qual tenho falado desde o primeiro mês da pandemia. Começo meu texto de 28 de abril do ano passado clamando por uma comissão da verdade, que sabemos tem no tripé a responsabilização, restauração e o direito à memória.

Opera a máquina bolsonarista de criação sistemática de mentiras (Fake News) e de espalhamento de versões sobre a pandemia, não somente dados, mas interpretações que visam criar confusão que já disputam o futuro, as memórias e as subjetividades.

Teremos certamente CPI, pesquisas, livros, documentários entre outras produções que serão muito bem vindas e serão fonte de criação de consensos culturais e acadêmico-científicos. Mas me ocupa o movimento de base, de disputarmos essa memória construída em pequenos grupos, em processos de acolhimento e no tecer de uma memória coletiva.

Sem isso, certamente, acabará por imperar uma visão fatalista, naturalizante da pandemia, como se fosse uma obra da natureza, o que não é, ao contrário, se trata de um projeto estruturado a partir da ideologia (que tentam passar como ciência) da imunidade de rebanho, que estruturou uma política sistemática de facilitação da circulação do vírus.

Os dados que apresentavam modestíssima melhora já dão sinais de recrudescimento da pandemia. O número de casos ativos segue alto, sobe os casos novos da doença e a vacinação mantem-se em ritmo lento.

NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.870
Total de mortes: 404.287
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 2.523
Casos confirmados em 24 horas: 73.076
Casos acumulados na pandemia: 14.665.962
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 61.122
Casos ativos: 1,280 milhão
Em (*) 104 dias de campanha, pessoas vacinadas: 31,565 milhões (14,91% da pop.)
Em segunda dose, 85 dias: 15,580 milhões de imunizados (7,36% da pop.)

NO MUNDO
Casos: 152,5 milhões
Óbitos: 3.199.500
1º – E U A: 590 mil
2º – Brasil: 404,3 mil
3º – México: 216,4 mil
4º – Índia: 211,8 mil
5º – Reino Unido: 127,8 mil
6º – Itália: 120,8 mil
7º – Rússia: 110,1 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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