Queiroga faz tratamento precoce para manter seu emprego

Estudos da FIOCRUZ constatam que do início do ano até 17 de abril, 15 semanas epidemiológicas (contadas de domingo a sábado), a faixa etária que teve maior aumento no número de mortes foi a de 20 a 29 anos. O estudo também aponta para a maior taxa de letalidade que se mantinha perto de 2% até o início desde ano, subiu para 3% em março e 4,5% em abril.

O estudo também constata o “rejuvenescimento da pandemia”, em que a idade média dos internados na primeira semana epidemiológica do ano foi de 62,35 anos e na 14ª semana epidemiológica, 57,68 anos. A mesma tendência (piorada) se dá para os óbitos em que tivemos na primeira semana, 71,56 anos e na 14ª, 64,62 anos.

Essa diminuição da média de idade não é porque diminuiu os óbitos dos mais velhos e se manteve o de mais jovens, antes que alguém deduza que é efeito da vacinação, pois houve aumento de casos e óbitos em todas as faixas etárias. O fato, já apontado por outros estudos, é que a Covid-19 tem atingido mais gravemente os jovens do que no início da pandemia.

O boletim da FIOCRUZ alerta também para o fato de que as medidas adotadas de restrições de atividades começam a ser, precocemente, relaxadas. Ou seja, decide-se flexibilizar mesmo com indicadores mostrando poucos resultados.

E por falar em precocidade, volta a discussão do tratamento precoce, agora não por alguma fake news como a “notícia” de que 36 cidades teriam zerado internações por adotarem o tal kit. Também não por mais uma fala destrambelhada do presidente capitão. Agora é oficial.

Queiroga, como disse Pazuello, está lá para dar continuidade ao trabalho do general. Como a demissão dos dois primeiros ministros da saúde da era da pandemia se deu em meio a polêmica da cloroquina, o atual parece querer manter o seu emprego e já anuncia protocolo para utilização de fármacos, entre eles a cloroquina e ivermectina.

Queiroga, em entrevista ao Jornal O Globo desta sexta-feira declarou que “Tem vários estudos. Não vou nominar. São estudos observacionais. Os melhores estudos são os estudos randomizados, tá?”. “Estudos observacionais são evidências mais fracas, nível C. Mas não quer dizer que não possam ser empregadas”.

Errado ministro, estudos observacionais não podem ser usados para autorizar fármacos em larga escala para incidir numa doença mortal. Até mesmo pelo fato de que há outros estudos com ensaios clínicos randomizados que não somente constatam a ineficácia, como concluem que há maior mortalidade em pacientes que fizeram uso de cloroquina. Não é o folclórico – se não faz bem, mal não faz.

Queiroga mesmo admite que estudos randomizados são melhores, evidente como recurso retórico para a mostrar alguma erudição e dar mais credibilidade à bobagem que disse. Fato é que se trata de fazer o que o chefe manda, igual ensinou seu antecessor. Emprego mantido. Catástrofe em curso.

 NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.866
Total de mortes: 386.623
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 2.514
Casos confirmados em 24 horas: 65.971
Casos acumulados na pandemia: 14.238.110
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 57.681
Casos ativos: 1,275 milhão
Em (*) 97 dias de campanha, pessoas vacinadas: 28,589 milhões (13,50% da pop.)
Em segunda dose, 78 dias: 12,096 milhões de imunizados (5,71% da pop.)

 NO MUNDO
Casos: 146,7 milhões
Óbitos: 3.104.500
1º – E U A: 585 mil
2º – Brasil: 386,6 mil
3º – México: 214,1 mil
4º – Índia: 189,6 mil
5º – Reino Unido: 127,6 mil
6º – Itália: 118,7 mil
7º – Rússia: 107,5 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

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