No Brasil, a falta de insumos e as consequências das declarações políticas geram atraso na produção da vacina CoronaVac, impactando o andamento da campanha de vacinação.
A vacinação contra a Covid-19 no Brasil tem sido marcada por desafios e incertezas. A CoronaVac, vacina mais utilizada no país, é produzida pelo Instituto Butantan, que já envasou 43 milhões de doses e possui um contrato para a produção de 100 milhões no total, com a previsão inicial de entrega até setembro. No entanto, a produção da vacina enfrenta um obstáculo significativo: a falta de insumos farmacêuticos ativos (IFA), provenientes da China, que são essenciais para a produção das doses.
Atualmente, o Butantan aguarda o envio de 4 mil litros de IFA, suficientes para produzir cerca de 6,6 milhões de doses, com previsão de chegada do lote no dia 18 de maio. O atraso no envio tem gerado incertezas e é atribuído, segundo Dimas Covas, responsável pela área no Butantan, a declarações feitas por membros do governo, como o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, que associaram a China à origem do vírus da Covid-19 e à sua produção em laboratório. Embora essa teoria não tenha respaldo científico, o contexto político está gerando tensões nas relações diplomáticas e afetando a logística da vacinação.
Enquanto o Brasil enfrenta dificuldades no fornecimento de vacinas e no processo de imunização, a estratégia do governo federal parece ser a de promover uma “imunidade de rebanho”, um conceito contestado por especialistas. A vacinação, que poderia ser a principal ferramenta para enfrentar a pandemia, está sendo negligenciada, e a divulgação de tratamentos ineficazes, como o uso de cloroquina, continua a alimentar a desinformação e prejudicar a gestão da crise sanitária.
Com quase 420 mil mortes registradas no Brasil, o país segue sendo um dos mais afetados pela pandemia, com a maior taxa de mortalidade proporcional entre os países populosos. A média de novas infecções segue alta, com mais de 78 mil casos registrados em 24 horas. A vacinação ainda avança de forma lenta, com apenas 16,48% da população recebendo ao menos uma dose e 8,31% completando o esquema vacinal.
A crise do insumo e os atrasos na vacinação, somados às decisões políticas e à falta de um plano coordenado de enfrentamento da pandemia, deixam o Brasil em uma situação preocupante. O impacto de tais falhas na gestão da crise reflete-se diretamente na alta taxa de mortalidade e na ineficiência das medidas adotadas pelo governo federal.
No Brasil
- Registro de mortes: 2.217
- Total de mortes: 419.393
- Média móvel de mortes (últimos 7 dias): 2.158
- Casos confirmados em 24 horas: 78.337
- Casos acumulados: 15.087.360
- Média móvel de novos casos (últimos 7 dias): 60.200
- Casos ativos: 1,300 milhão
- Pessoas vacinadas: 34,900 milhões (16,48% da população)
- Imunizados com segunda dose: 17,600 milhões (8,31% da população)
No Mundo
- Casos: 158 milhões
- Óbitos: 3.289.300
- 1º – EUA: 594,9 mil
- 2º – Brasil: 419,4 mil
- 3º – Índia: 238,3 mil
- 4º – México: 218,2 mil
- 5º – Reino Unido: 127,8 mil
- 6º – Itália: 122,2 mil
- 7º – Rússia: 112,6 mil
Esses dados refletem a luta global contra a pandemia, mas também evidenciam o fracasso de um governo que, ao invés de agir com responsabilidade, continua a propagar o caos e a desinformação.