O vírus da intolerância ainda está entre nós

Será votado hoje na Alesp um projeto de Lei abertamente LGBTfobico. O texto fala em “preservar” crianças da influência de debates sobre gênero e sexualidade, com o argumento que isso atrapalharia o desenvolvimento infantil.
Além de violenta, essa ideia eh ERRADA!

Não existe prejuízos para crianças filhas de LGBTQIA+, a não ser a própria LGBTfobia. O Conselho Regional de Psicologia é categórico transexualidades, travestilidades e sexualidades fora da “norma” não devem ser vistas como patologias.


O que a PL 504/2020 faz, eh reforçar praticas violentas, anticientíficas e LGBTfobica, típica do atual governo!
Não é preciso ser LGBTQIA+ para lutar contra esse projeto. Pessoas LGBTQIA+ não são inadequadas, são seus parentes, vizinhas e vizinhos, pessoas que atendem no comércio, nos hospitais, juristas, garis, artistas, dentistas, pessoas que estão construindo suas casas, dirigindo em aplicativos, limpando e mantendo em ordem a cidade, cuidando e educando seus filhos.

População que também sofre com a pandemia, com a miséria, com a solidão, também dão luz a novas vidas e lutam cotidianamente por este país.

O que os olhos não veem, o que a mídia não mostra, o que não está nos livros, continua existindo e reivindicando cidadania e humanidade.

Na justificativa PL se encontram frases como: desconforto emocional, prática não adequada a crianças, desconfortos sociais e atribulações, inadequada influência na formação de jovens e crianças, publicidade que incentive à práticas danosas.

Conteúdos publicitários envolvendo temas de diversidade sexual e identidade de gênero, não causam nem desconforto ou má influencia, muito pelo contrário, traz educação e informação para famílias, crianças e adolescentes e fazem com que esses últimos saibam desde o começo de suas vidas que eles não são errados por serem quem são e amarem quem amam. Mais do que isso, que são sujeitos de direitos e dignidade como qualquer outra pessoa.

Por isso que a luta não pode parar nunca e não se limita ao âmbito federal ou estadual. Eu faço parte da coordenação do Núcleo LGBT da J+D e estamos organizados na luta para sermos protagonistas da preservação e conquista dos nossos direitos.

Vem entender sobre esse projeto de lei que está tramitando na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e será votado hoje.

Entre tantos absurdos que um PL de duas páginas pode propor e além da discriminação por identidade de gênero e orientação sexual que menciono nas imagens do post, vou citar mais alguns

Fere os direitos e a existência de crianças e adolescentes LGBTs;
Afeta a liberdade de expressão, prevista na Constituição;
Abre margem para questionamentos com relação às famílias homoafetivas;
Incita ainda mais LGBTfobia;

Enquanto mães que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, onde as pessoas sejam respeitosas e respeitadas, dentre todas as diversidades possíveis, é nosso dever questionar tal projeto de lei e pressionar os e as representantes eleitas para que votem contra mais este projeto absurdo.

Não há argumentos com embasamento científico sobre tais “influências” que pessoas LGBTI+ podem causar em crianças e adolescentes; não há respaldo legal que justifique tal projeto.

Trata-se de mais uma tentativa de criminalizar pessoas LGBTI+, colocando em risco nossos direitos e segurança, omitindo das crianças e adolescentes quaisquer informações sobre pessoas LGBTQIA+ .

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