O caso uruguaio

Sabe aquela forma de iniciar uma conversa dizendo que temos duas notícias, uma boa e outra ruim? No caso a resposta para as duas é igual: URUGUAI.

Explico. É que o Uruguai é um dos países que tinha uma das menores taxas de mortalidade do mundo até o início deste ano. Era, comparando, 10 vezes menor que a do Brasil, mas foi piorando e ontem era apenas 3,3 vezes menor. Conversei com amigo Uruguai que disse que aglomerações, principalmente entre jovens e pouca adesão a uso de máscara eram elementos que explicariam essa piora.

Pensando as ações do governo, também não foram tomadas medidas mais contundentes de isolamento e, mesmo com agravamento da crise, o presidente Lacalle Pou, alegando não querer reforçar o “estado policial”, decidiu não fechar comércio, bares e restaurantes, mas suspendeu aulas presencias, shows, teatro e cinema. Mesmo não havendo pregação negacionista, o governo Pou defende uso de máscara, segue a sintonia da direita em vincular distanciamento social a formas de autoritarismo ou totalitarismo, que atribuem à esquerda, usando a pandemia como forma de disputa ideológica.

A boa noticia, também “Uruguai”, é a resposta da vacinação. Lá a campanha de vacinação começou de maneira efetiva em 01 de março, 42 dias depois que o Brasil, e bastaram doze dias para (em 12/03) ultrapassarem o Brasil em número de vacinas aplicadas proporcionalmente à população. O ritmo seguiu forte e hoje já são 2,4 vezes mas uruguaios vacinados que brasileiras e brasileiros, isso proporcionalmente. Em números são 38 doses por 100 habitantes no Uruguai e 16/100 no Brasil.

A media diária uruguaia de doses inoculadas foi até agora de 28 mil enquanto a brasileira foi de 372 mil. Proporcionalmente à população o Uruguai vacinou por dia 0,81/100 e o Brasil 0,18/100. Mantendo a proporção uruguaia o Brasil teria inoculado perto de 150 milhões de doses e não as 35 milhões que completou ontem.

Sim, isso seria algo como 1,6 milhão de doses por dia, o que não tem nenhum impedimento pensando-se na capacidade de infraestrutura para vacinar. Ao contrario, poderíamos ir mesmo além. O que faltou desde o início e tem ainda tem faltado é vacina em número suficiente e sabemos por quê.

 NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 2.865
Total de mortes: 371.889
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 2.917
Casos confirmados em 24 horas: 65.792
Casos acumulados na pandemia: 13.900.134
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 65.207
Casos ativos: 1,325 milhão
Em () 91 dias de campanha, pessoas vacinadas: 25,986 milhões (12,27% da pop.) Em segunda dose, 71 dias: 9,419 milhões de imunizados (4,45% da pop.) () passei a considerar o dia 17 de janeiro como início da campanha, considerando a data oficial. Foram 112 doses dia 17/01, 1.109 dia 18/01 e 12.418 dia 19/01. Dia 20/01, mais de 90 mil doses.

 NO MUNDO
Casos: 141,6 milhões
Óbitos: 3.025.500
1º – E U A: 580,6 mil
2º – Brasil: 371,9 mil
3º – México: 211,7 mil
4º – Índia: 177,1 mil
5º – Reino Unido: 127,5 mil
6º – Itália: 116,7 mil
7º – Rússia: 105,2 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.