A educação é a principal arma contra Bolsobaro

Que a pauta da educação seja a principal bandeira contra Bolsonaro é de enorme literalidade política, pois, não há dúvidas que a ignorância e o ódio à inteligência foi o principal motor eleitoral e a marca mais visível do bolsonarismo.

Como bem sabido, a principal assombração de Bolsonaro não é Marx – um bicho-papão de sua consciência -, mas Platão – a própria voz inconsciente de Bolsonaro que o faz saber bem lá no fundo que ele não passa de um homem muito medíocre, embora seja incapaz de admitir este fato para si mesmo.

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Parte da desesperança de Platão com a democracia, mesmo no auge da opulência política de Atenas, se deu por algo muito semelhante ao que vivemos hoje com Bolsonaro.

Na época, o que ocorreu foi a injusta condenação de Sócrates, o mestre de Platão, à morte. A justificativa era que as ideias questionadoras de Sócrates excitava a juventude à rebeldia e corrompia os filhos da aristocracia.

Contrário ao reino da ignorância que a democracia ateniensia representada ao estar dominada pelos sofistas (retóricos da época que negavam a verdade transcendente e tratavam o “bem” como uma questão relativa exclusivamente ao interesse de cada indivíduo, sem objetividade constitutiva), Platão passou a defender um tipo de aristocracia intelectual.

Criou então a Academia para formas filósofos capazes de governar, pois, entendia que apenas a elevação do espírito pela educação poderia combater os dois males da democracia: a demagogia por um lado e a corrupção por outro.

A primeira, fruto da ignorância dos cidadãos, facilmente enganados, e a segunda da insensibilidade para a justiça e para a ética quando os temas elevados e o interesse coletivo não são trabalhados no indivíduo por meio da educação.

Diferente de Platão, sabemos que um governo do déspota esclarecido não é a melhor solução para a política. Esse reino das ideias é bom apenas para pensar como funciona o Céu, onde Deus, o Ser Absoluto, governa com infinita sabedoria.

Entre os homens somos obrigados a conviver com a persuasão e a pluralidade de ideias. Mas quando pedimos mais educação é por uma suspeita muito parecida com a de Platão de que a democracia e a política tendem à demagogia e à corrupção quanto mais um povo e seus governantes são deseducados.

E quando Bolsonaro ataca a educação e trata a filosofia como um problema para o seu governo, fica explícito o fato de que para ele um país deseducado é melhor para manter pessoas como ele no poder.

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