Mais um domingo mortal

São Paulo com registro de mais de 500 óbitos tem o seu pior domingo de toda a pandemia e, puxado por esse número, o Brasil também tem o seu pior domingo em registro de mortes. A média móvel de óbitos é a segunda maior de toda a pandemia. Há 17 dias o número diário de casos ativos está entre 1,2 e 1,35 milhões. Todos esses dados indicam que a pandemia segue forte e aparentemente ainda longe do pico, projetando um abril até cinquenta por cento mais mortal que março/2021.

Certamente as mortes são os dados mais impactantes da pandemia, mas cada dia mais as sequelas têm encontrado mais espaço nos debates e nas preocupações de gestores e pesquisadores. Estudo patrocinado pelo National Institute for Health Research (NIHR), ligado ao sistema de saúde pública da Reino Unido, publicado no início de abril na revista The Lancet, aponta sequelas psicológicas e neurológicas importantes.

O estudo feito com mais de 200 mil pessoas acompanhadas depois da infecção revelara que entre os que tiveram atendimento ambulatorial, 38% apresentaram doenças mentais ou neurológicas depois de 6 meses e 46% dos que foram internados em UTI apresentaram os mesmos sintomas. Apareceram no estudo quadro de ansiedade (17% das pessoas), transtornos de humor (14%), abuso de substâncias controladas (7%) e insônia (5%), AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico (2,1%), demência (0,7%) e hemorragia cerebral (0,6%).

Diferentemente dos quadros neurológico os sintomas psi, como ansiedade, podem estar ligados a situação de estresse, medo e angustia frente a possiblidade da morte por uma doença que mata milhões pelo mundo, mas também ter como causa, disparador ou potencializador outros sintomas já descritos, como dores musculares, artrites, cefaleia, cansaço entre outros já descritos, que manteria as pessoa sequeladas em tenção permanente pelo temor de poderem carregar marcas pelo resto da vida.

O agravante é que sintomas posteriores e duradouros por meses e agora já por mais de anos acometem não somente que teve casos graves, mas mesmo que teve casos muito leves. No Brasil que estamos registrando hoje mais de 350 mil óbitos, teria potencialmente milhões de pessoas sequeladas o que causaria enorme sofrimento e grande impacto nos sistemas de saúde.

Penso que é urgente a criação de programas específicos de pesquisa sobre o tema e, principalmente, programas assistências voltados ao cuidado de pessoas com sequelas da Covid-19. Evidente que pelo SUS fortalecido por mais financiamento, o que passa pelo fim da EC 95 que limita investimentos em saúde pública.

Mas antes disso, lockdown e vacina para todo mundo. Precisamos ficar vivos.

 NO BRASIL
Registro de mortes hoje: 1.824
Total de mortes: 353.293
Média móvel de mortes nos últimos 7 dias: 3.109
Casos confirmados em 24 horas: 38.859
Casos acumulados na pandemia: 13.482.543
Média móvel de novos casos nos últimos 7 dias: 71.283
Casos ativos: 1,303 milhão
Em 82 dias de campanha, pessoas vacinadas: 23,290 milhões (11% da pop.)
Em segunda dose: 7,052 milhões de imunizados (3,33% da pop.)

 NO MUNDO
Casos: 136 milhões
Óbitos: 2.950.600
1º – E U A: 575,3 mil
2º – Brasil: 353,3 mil
3º – México: 207,4 mil
4º – Índia: 169,4 mil
5º – Reino Unido: 127,1 mil
6º – Itália: 114,4 mil
7º – Rússia: 103,3 mil
Dados JHU (Johns Hopkins University).

É o que registra o diário de bordo.

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