Reflexões sobre a decadência do pensamento crítico e a ameaça à liberdade intelectual.
A ascensão de uma mentalidade ignorante e de espírito mesquinho ao poder representa um momento sombrio da história política recente. Um fenômeno tão vil e grotesco que mal pode ser descrito em palavras, mas que, de fato, reflete uma realidade desoladora. A crescente marginalização das ciências humanas, especialmente a filosofia, é uma consequência previsível de um processo político que visa destruir o que ainda resta de pensamento crítico e de capacidade de reflexão na sociedade.
A vitória de um grupo político que se alimenta do ódio à inteligência e à cultura é um reflexo direto de uma nação que, em grande parte, optou por escolher a mediocridade e a superficialidade como forma de governar. A ascensão de figuras que representam o que há de mais tacanho e desinteressado pelo saber é um golpe duro no coração da educação e da ciência, áreas fundamentais para o desenvolvimento humano e social.
O Pensamento como Riqueza e a Importância das Ciências Humanas
As ciências humanas, com a filosofia como seu pilar central, são as áreas do saber que nos permitem questionar e entender o mundo. Ao contrário de uma sociedade que se concentra em transformar o ser humano em uma máquina de produção, as ciências humanas buscam dar sentido à vida, tornando-a mais rica e significativa. Não há verdadeira riqueza que se possa medir em termos materiais ou financeiros. A verdadeira abundância está no tempo e nos recursos que uma comunidade dispõe para refletir sobre os grandes temas da vida e da existência humana.
É nesse espaço de reflexão que se cria o sentido do ser, que se constrói uma sociedade mais justa e mais consciente de seu lugar no mundo. Ao marginalizar as ciências humanas, o atual governo parece ignorar o papel fundamental da educação e do pensamento crítico na formação de um cidadão capaz de questionar, criar e inovar. Ao direcionar recursos apenas para áreas que geram “ganhos imediatos”, excluindo qualquer investimento no que diz respeito à reflexão e ao conhecimento profundo, é como se estivéssemos sendo empurrados para uma sociedade cada vez mais adestrada e submissa, onde a mediocridade é exaltada e a liberdade de pensamento é sufocada.
A Perda da Liberdade Intelectual e a Resistência
O discurso que propõe um país sem espaço para o pensamento livre e crítico é, no fundo, um reflexo de um regime autoritário que deseja tornar a sociedade mais conformada, mais controlada e mais facilmente manipulada. A resistência, no entanto, sempre encontrou abrigo naqueles que ainda buscam preservar a delicadeza e a profundidade intelectual. Esses são os que se opõem à tirania do pensamento único e ao medo de questionar.
Ao eliminar o acesso ao conhecimento profundo e à reflexão sobre questões essenciais, estamos condenando as futuras gerações a uma existência superficial, vazia e desprovida de sentido. As ciências humanas são a última barreira contra essa visão de mundo estreita e opressiva, e cabe a todos nós lutar para preservar a liberdade de pensamento e garantir que a luz da razão não se apague diante da ascensão das sombras da ignorância.