Diferente

Quem nunca se sentiu deslocado de onde está?

Tantos sorrisos, inclusive o teu, sorrisando,
Tantos passos, sobre-postos, no chão, marcando
Tantos sonhos, realizados, fausto, sonhando
E mesmo assim, falha de sentido, de lugar há.

Tudo é perfeito, mas algo te faltará.
A ânsia pelo esteio não tardará a entender
Paço fundo que é contudo perceber
Que a distinção da massa lhe faz obter
Grande parte da figura que queres ser.

Sem misturas, sem profusão, só o simples do eu
Distinção de mente, qual a tua? Compreendes?
Olhar o diferente, quero o amplo. Consentes?
O vazio, Nonada, Travessia, parte da vida. Poente.
A existência é bela no que passa e no que evolui independente

O ambiente não é o errado,
Niilismo que o faz inadequado
Qualquer ensaio seria um lúgubre deleite
Qualquer situação, faria do essencial um enfeite
Qualquer convicção, de fato, é a prova do singelo pessoalizado

Igualdades, toleima de quem não é potente
A massa é pobre, é fútil, sem virtude, sem contente
Só a cegueira, o véu branco da inocência, indigente
Distinção marca o gracejo do indivíduo, inteligente
Por isso, aceito(a) ser o que sempre fui(fostes): diferente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.