O impacto da negação e o custo humano da irresponsabilidade governamental

O governo federal, ao adotar como política oficial a imunidade de rebanho, promoveu a infecção descontrolada do vírus, criando um imenso terreno fértil para o surgimento de novas mutações do coronavírus. Essas variantes, mais agressivas e transmissíveis, aumentam o número de mortes, colocando o país em uma espiral de destruição sem fim. O que era inicialmente visto como uma tragédia evitável, se tornou uma realidade insustentável, com mais de 345 mil mortos e uma situação epidemiológica crítica.
Por trás dessa estratégia está uma mentalidade eugenista, que prega que somente os “fortes” sobreviverão à pandemia. Essa visão perversa busca excluir os mais vulneráveis — os idosos, os doentes, os deficientes, os negros e os pobres — do direito à vida, como uma forma de “limpeza social” disfarçada de uma falsa ideia de sobrevivência. A política pública tem sido, portanto, uma espécie de “genocídio” indireto, onde o vírus, e não o governo, é o executor. Isso ressoa com os princípios do nazismo, que buscavam a eliminação de “grupos indesejáveis”, mas aqui, essa tarefa está sendo terceirizada ao próprio vírus, sem qualquer ação de contenção eficaz.
Além disso, o discurso de que apenas os “vulneráveis” estão sendo afetados visa tranquilizar as maiores camadas da população, enquanto alimenta uma cultura de “cada um por si” e “salve-se quem puder”. Esse discurso ignora as realidades do sistema de saúde, sobrecarregado e falido, e a falta de uma resposta coordenada à crise. Em vez de garantir vacinas para todos e proteger os cidadãos, as prioridades do governo se concentram em interesses eleitorais e no favorecimento de certos setores da sociedade, como o empresariado, que agora tem acesso a programas de imunização privados.
Com o avanço das mutações do vírus e a vacinação que segue a passos lentos, a situação se agrava ainda mais. O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes pela Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. A média móvel de mortes continua alarmante, com mais de 2.800 óbitos diários nos últimos sete dias, refletindo o descontrole e a falta de liderança no enfrentamento da pandemia.
O cenário é claro: o país está perdendo a guerra contra o vírus, não por falta de conhecimento ou de medidas que poderiam ter sido adotadas, mas pela decisão política de negligenciar a saúde pública em favor de interesses políticos e econômicos. O saldo disso são vidas perdidas, famílias destroçadas e uma nação mergulhada em um caos que poderia ter sido evitado.