A guerra política perante a democracia

O PT sempre soube que sua insistência política nessas eleições como representante da esquerda no executivo iria fortalecer o inominável. O partido tem infinitas análises estatísticas demonstrando que perdem para o fascismo em todos os cenários.

Mesmo assim, optou por seguir adiante com sua pauta de tomar o poder pelas vias democráticas em resposta ao golpe de 2016 e à prisão de Lula. Sua tática política se restringe a ser protagonista da história, mesmo da derrota, incapaz de dar um passo atrás em favor da preservação daqueles que vão morrer primeiro.

Novamente, o PT coloca os interesses do partido acima dos interesses daqueles que evidentemente mais precisam. Na lógica do partido pelo partido, todos com suas máscaras do líder incorruptível, ignoram as evidências na ficção de que ainda podem governar na atual conjuntura.

E vão mesmo obrigar minorias desamparadas a defender um partido que se perdeu no fisiologismo de poder como única via de sobrevivência, um grito hoje que claramente potencializa ao máximo a paranoia da extrema-direita.

Isso não é esperança, é tragédia. E é de uma irresponsabilidade atroz. A vida e existência de ninguém deve ser colocada em risco por experimentações partidárias. Até quando vamos ser peças em xeque e assumir um risco que não fomos nós que decidimos que devemos correr?

Ps.: quando falamos de responsabilidade, é comum que os responsabilizados, seguindo sua lógica irresponsável, conclame a noção de “culpa”, dizendo que a culpa pelo inominável ganhar as eleições é de quem votar nele.

Claramente isso é feito pela confusão entre culpa e responsabilidade e pelo fato de culpa sim ser intransferível, mas responsabilidade não. Numa visão ética ampliada sabemos que existe a noção de responsabilidade coletiva, segundo o princípio (jurídico inclusive) de causalidade alternativa, segundo o qual pode ser vista uma relação de causalidade necessária e provável em função das circunstâncias do caso concreto.

O PT sabe por evidências estatísticas que sua atuação leva à vitória do inominável. Então tinha sim o dever de dar um passo atrás e apoiar outro partido na agenda do executivo para federal. Isso está longe de extinguir o PT, que segue com amplo eleitorado no legislativo, senado e no executivo de prefeituras e estados.

Na realidade, o elevaria ao patamar ético de alguém que se preocupa mais com os mais desamparados do que com o orgulho do partido.

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