Se antes conseguíamos mascarar nossas diferenças e defeitos com os diversos ritmos frenéticos de obrigatoriedade com o sucesso na vida, hoje temos um vírus que muda essa configuração de funcionamento como amplificador de conflitos e crises. Assim, a chegada do vírus SARS-CoV-2 (coronavírus) fez com que colocássemos uma lupa no modo como vivemos.

É fato que nosso estilo de vida já era contingenciados como meros objetos pelos mal-estares do consumismo (nossa ilusão da busca para o preenchimento da falta e do vazio em nós), da meritocracia associada ao neoliberalismo (como se tanto a realização como a culpa do fracasso só dependesse exclusivamente da própria pessoa – “quem fracassa, o faz por sua culpa” -, anulando outros fatores que podem influenciar), a ideia da produtividade gerada pelo capitalismo (só é valorizado e reconhecido para si ou pela sociedade, quem está constantemente produzindo e desempenhando alguma coisa, como se o Eu do sujeito fosse um empreendedor ou uma empresa), e o uso descontrolado das redes sociais (gerenciadores de crises narcísicas, do sentimento de solidão, a falta de alteridade e subjetividade do Outro, e das distorções das diferenças sociais do nosso país).

Tudo isso são formas que podem contribuir com o adoecimento e produção de transtornos. Entretanto, com a vinda do vírus, as modalidades de sofrimento ficaram cada vez mais evidentes e difíceis de serem empurradas para “debaixo do tapete”. Hoje, um dos sintomas que ganha mais destaque é o cansaço: nós nos sentimos mais esgotados e estafados por conta da pandemia.

Han (2015) em seu livro “Sociedade do Cansaço”, já descrevia que… (❗ Continua nos comentários 👇🏻)

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