País ultrapassa 3.600 mortes em 24 horas, com o total de vítimas superando 300 mil, enquanto especialistas defendem lockdown como única solução eficaz para conter a pandemia.
O Brasil registrou nesta sexta-feira (26) 3.650 mortes pela Covid-19, alcançando um novo recorde diário desde o início da pandemia, conforme dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com esse número, o total de óbitos no país ultrapassou a marca de 300 mil, uma tragédia que segue se agravando com o tempo.
Especialistas em saúde pública apontam que, até que a vacinação em massa seja completamente implementada, a única solução viável para conter a propagação do coronavírus é o lockdown, o isolamento social e a intensificação das medidas de higiene. Diversas cidades e países que adotaram o lockdown, suspendendo atividades comerciais e serviços não essenciais, conseguiram reduzir drasticamente o número de casos e óbitos, se tornando modelos de contenção da doença.
Um exemplo positivo vem de Araraquara, no interior de São Paulo. Após a implementação de um lockdown de 10 dias, a cidade não registrou nenhuma morte nas últimas 24 horas. Segundo o prefeito Edinho Silva, a medida foi fundamental para reduzir a taxa de contaminação, que caiu de 53% para 7%. O cenário de Araraquara reflete o que especialistas vêm defendendo: apenas com restrições rigorosas será possível combater o avanço do vírus e salvar vidas.
O Brasil, no entanto, segue na triste liderança mundial em número de mortes diárias pela Covid-19. A persistente falta de ação efetiva e a resistência a medidas de restrição severas agravaram ainda mais o quadro, gerando um cenário catastrófico. Na data de hoje, o país se aproxima da marca de 4 mil mortes diárias, com números provenientes de estados como o Ceará ainda não divulgados devido a problemas técnicos no sistema de dados.
“Não podemos seguir perdendo milhares de vidas todos os dias”, alertam especialistas, reforçando a urgência de políticas públicas mais eficazes. O Brasil precisa de uma resposta mais enérgica, deixando para trás o negacionismo e avançando para ações concretas, que contemplem medidas de isolamento social severas, testagem massiva e maior agilidade no processo de vacinação. Sem essas ações, a tragédia continuará a se agravar, deixando um rastro de morte e sofrimento em todo o território nacional.
O lockdown como estratégia de controle
A experiência de Araraquara mostra que o lockdown é uma estratégia eficaz quando implementada de forma coordenada e com o suporte de medidas complementares, como testagem em massa e atendimento médico adequado. O sucesso dessa abordagem já foi observado em diversos países, que conseguiram reduzir as taxas de infecção e morte ao adotar restrições rigorosas. O Brasil precisa, urgentemente, refletir sobre a eficácia dessas políticas, antes que a crise se torne ainda mais devastadora.

Com a variante de Manaus se espalhando, o estado de São Paulo lidera o ranking de óbitos, com recorde de mortes diárias.
O Brasil alcançou a trágica marca de 307.112 mortes por Covid-19, conforme os dados mais recentes divulgados nesta sexta-feira (26). Além disso, foram registrados 84.245 novos casos da doença, totalizando agora 12.404.414 infecções desde o início da pandemia. Embora o número de novos casos tenha sido consideravelmente menor do que os 100 mil registrados no dia anterior (25), o país continua a enfrentar um aumento alarmante de infecções e mortes.
São Paulo, o estado mais afetado pela pandemia, lidera o ranking de óbitos com 70.696 mortes, tendo registrado um recorde de 1.193 óbitos apenas nas últimas 24 horas. Esse aumento é especialmente preocupante, uma vez que a variante de Manaus, altamente transmissível, representa 64% dos casos na cidade de São Paulo. A nova cepa tem gerado um impacto devastador no sistema de saúde, elevando o número de internações e óbitos.
Os estados com os maiores números de vítimas seguem com índices preocupantes: o Rio de Janeiro soma 35.758 óbitos, Minas Gerais tem 22.887 mortes, o Rio Grande do Sul registra 18.349 óbitos e o Paraná, 15.939. Esses dados refletem a gravidade da crise sanitária que o Brasil enfrenta, com uma média crescente de mortes diárias.
As secretarias estaduais de saúde, responsáveis pela contagem de casos, incluem tanto pessoas sintomáticas quanto assintomáticas, o que indica que o número real de infectados pode ser ainda maior. Pessoas assintomáticas, embora não apresentem sintomas, continuam a transmitir o vírus, aumentando o risco de contágio. A situação segue crítica, com a necessidade urgente de medidas mais eficazes para conter a propagação da doença e salvar vidas.