Em meio a mais de 3 mil mortes diárias e quase 300 mil óbitos no total, o presidente se vê diante de um colapso que ele mesmo ajudou a criar, tentando agora, de maneira tardia, se apresentar como diligente e operante
O pronunciamento de Jair Bolsonaro em meio a uma crise sanitária sem precedentes no Brasil mais parece uma tentativa desesperada de mostrar serviço do que uma ação real de liderança. Com um discurso desprovido de qualquer solução prática para o caos em que o país se encontra, o presidente, omisso e incompetente, tenta mudar a narrativa da tragédia que ele contribuiu diretamente para acelerar.
Aos números da pandemia não se pode escapar: em apenas 24 horas, o Brasil registrou 3.158 mortes, totalizando quase 300 mil óbitos desde o início da crise. Neste cenário, Bolsonaro tenta desviar a atenção para uma nova variante do coronavírus, como se o colapso do sistema de saúde e a crescente mortalidade fossem surpresas inéditas. No entanto, há mais de um ano a pandemia foi anunciada, e todas as previsões sobre as mortes e o esgotamento das estruturas de saúde se concretizaram, sem que o governo tomasse as medidas necessárias para evitar tal tragédia.
Bolsonaro tenta agora se apresentar como alguém que agiu desde o início, quando, na verdade, se omitiu, desdenhou da ciência e sabotá as estratégias de combate à pandemia. O ministro da Saúde que tentou implementar medidas científicas foi destituído, enquanto o presidente continuou com seu comportamento negacionista, desafiando especialistas e incitando a população a ignorar as orientações de saúde pública. O resultado disso foi um cenário devastador de mortes e colapso hospitalar, com o governo apenas buscando vacinas quando já era tarde demais.
A tentativa de Bolsonaro de se reinventar como um líder que está “acalmando a população” e prometendo um “ano da vacinação” é vazia e desprovida de credibilidade. O presidente, que mal consegue articular um discurso de cinco minutos sem falhas, não tem autoridade para garantir que 2021 será o ano em que o Brasil conseguirá controlar a pandemia. Mais uma vez, ele oferece números hipotéticos e promessas vagas, sem respaldo real em ações concretas ou garantias.
No entanto, os números da realidade não mentem: 3.158 mortos nas últimas 24 horas, um total de quase 300 mil vítimas, e um sistema de saúde que segue em colapso. O pronunciamento de Bolsonaro é uma mera conversa para boi dormir, uma tentativa eleitoral de justificar sua inação diante de fatos incontestáveis. A verdade bruta do dia é que o governo Bolsonaro falhou em todas as frentes, tornando-se responsável por uma das maiores tragédias sanitárias do país, enquanto suas ações continuam a ser atrasadas, incompetentes e prejudiciais para a população brasileira.