Analisar um bufão de colégio, um bullying, é uma ótima forma de interpretar o método do Bolsonaro como representante dessa extrema-direita global da qual faz parte.
E11111ntre suas várias maneiras de jogar a responsabilidade para os outros, ele basicamente coloca a culpa pela opressão na própria vítima e se faz de “vítima da vítima” num jogo de cinismo.
Certa vez Zizek comentou esse traço presente na atividade do nazismo, por exemplo, falando que o método básico é abaixar as calças de alguém e rir dessa pessoa por estar sem calças.
Só nesse sentido é possível interpretar a fala que põe a culpa das queimadas na Amazônia nos indígenas e fala de cristofobia no país que mais mata LGBT no mundo.
E esse método é triplamente perverso. Primeiro porque acena para seu eleitorado conservador, negacionista e fundamentalista, usando a morte de brasileiros e a destruição do meio ambiental como palanque eleitoral.
Segundo porque justifica a violência e genocídio de grupos marginalizados como falsa legítima defesa. Terceiro porque nesse processo ainda faz escárnio com os grupos alvos dessa guerra permanente. Ver Bolsonaro falar é um espetáculo do hiper-brutalismo, um brutalismo bufão que configura o modo de operação da sociedade.