A realidade da covid-19 não é uma alucinação no Brasil

Ministério da Saúde prevê até 3 mil mortes diárias em março. Para Bolsonaro: “Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”.

O país registrou 1.498 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e chegou ao total de 264.446 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.455, esta ainda em alta e com novo recorde – é a maior desde o começo da pandemia. A variação foi de 40% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

País contabilizou 10.939.320 casos e 264.446 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia, segundo balanço do consórcio de veículos de imprensa. Casos e mortes apresentam tendência de alta.

Em apenas uma semana, o Brasil superou a marca de 10 mil mortes. Também já são 45 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, 9 dias acima de 1,1 mil, e pelo sétimo dia a marca aparece acima de 1,2 mil. Foram oito recordes seguidos de sábado até aqui.

Veja a sequência da última semana na média móvel:

Sábado (27): 1.180 (recorde)
Domingo (28): 1.208 (recorde)
Segunda-feira (1º): 1.223 (recorde)
Terça-feira (2): 1.274 (recorde)
Quarta-feira (3): 1.332 (recorde)
Quinta-feira (4): 1.361 (recorde)
Sexta-feira (5): 1.423 (recorde)
Sábado (6): 1.455 (recorde).


“Mimimi” é a dor que não dói na gente. É desqualificar a dor que dói no outro. Tenhamos compaixão, empatia e respeito pela dor do outro.

Nós do Jornalismo de Bolso, se solidariza a todos aqueles que perderam alguém durante essa pandemia. Continuem se cuidando! A saúde de todos é um pacto coletivo.

A narrativa do governo Jair Bolsonaro (Sem Partido), contra as medidas preventivas no combate à Pandemia usa argumento dos direitos liberais para promover o que é ostensivamente uma agenda antiliberal: MATAR PESSOAS.

As 1.498 cidadãos brasileiros perderam a vida em 24 horas vítimas da Covid-19, mas, segundo o MALIGNO que ocupa o cargo de presidente da República foram vítimas do “mimimi e frescura”.

“Até quando vamos chorar?” Pergunta um presidente que defende a liberação das armas mortíferas e não a saúde. Como é atual a frase do papa Francisco esta semana no Iraque: “Calem-se as armas” .

É hora de não brincar com a dor dos que se vão e do que ficam sem os que prematuramente partiram.
A omissão do governo federal é crime; é genocídio. Enquanto prevalecer a politica da morte, temos razões para chorar. A omissão dos que não utilizam a máscara e se aglomeram desnecessariamente é crime.

Arte feita em visibilidade da fala de Bolsonaro

#ParaCegoVER: Imagem com a bandeira do Brasil toda em vermelho, as estrelas estão em formato de cruz, representando todos os estados brasileiros e no espaço que era para está escrito ordem e progresso, estão os dizerem de Bolsonaro Frescura e Mimimi.

Na pior semana desde o início da pandemia, enquanto empilhava corpos, o Brasil foi obrigado a acompanhar mais uma demonstração de desprezo pela vida vinda daquele que, pelo cargo que ocupa, deveria ser o responsável por conduzir o país para o fim da crise.

“Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas”, disse Jair Bolsonaro (sem partido), que talvez ainda não tenha se dado conta de que ele próprio é o nosso maior problema. E sim, o problema-Bolsonaro deveria ser enfrentado, já que é um vírus que tem provocado milhares de mortes no país.

Apenas nessa última semana, o Brasil bateu, por sete dias consecutivos, o recorde de média móvel de mortes. Na sexta-feira (5), a média era de 1.423 óbitos a cada 24h. Apenas nessa sexta, foram mais 1.760 mortes no país, a terceira maior marca desde o início da pandemia.

E tem mais: na última sexta-feira foi o 44º dia consecutivo no qual o Brasil apresentou uma média de mortes acima de 1.000 casos, o período mais longo em toda a pandemia.

E o que faz Bolsonaro? Continua a promover aglomerações, a estimular o não uso de máscaras, a apostar em soluções mágicas (a mais nova é o spray israelense) e a criticar publicamente prefeitos e governadores que adotam medidas mais rigorosas de isolamento social.

Você queria alienação, mas foi lembrado da realidade.

Tentar entender os motivos que levaram 57 milhões de brasileiros a votar em um completo inepto com 30 anos de vida pública é dever de todo político de oposição.

É um tanto óbvio que essa massa de pessoas não são ruins, “fascistas” ou coisa do tipo.

É um tanto óbvio que a imprensa, o anti-petismo, a bandeira “contra corrupção” e mais uma série de fatores levaram os eleitores a pressionarem 17 nas urnas.

Mas também é preciso admitir que existiu e existe uma parcela enorme de pessoas que olham para Bolsonaro como seu legítimo representante. E isso não parece mudar.

No dia em que 1.900 brasileiros morreram por coronavírus, Bolsonaro pede que parem de chorar e ficar de “mimimi”. Se diante disso o presidente não te causa nenhum tipo de repulsa, nada mais fará.

E é exatamente por isso que a declaração de Sarah no Reality Show Big Brother Brasil pegou tão mal. Uma coisa é ela dizer que votou 17, outra é, em pleno contexto atual, com pandemia, dizer que “gosta” dele.

Pera lá, gosta do que exatamente?

Achar que isso não irá causar nenhum tipo de reação negativa diante de todo cenário atual é inocência de sua parte, o BBB é uma oportunidade de escapismo da realidade e é por isso que muitos se diverte tanto com esse programa. No meio de tanta tristeza, ligar a televisão a ver as pessoas discutindo por bobajada é um alívio.

É justo que você se sinta incomodado com alguém dizendo gostar de Bolsonaro durante o programa.
Porque nessa altura do campeonato, admitir gostar desse sujeito é sim motivo para críticas. Estamos além do jogo político, estamos falando de humanidade básica.

É triste, lamentável, uma covardia, diante de tantos brasileiros que perderam, pais, filhos, amigos, irmãos e conhecido, a falta de empatia, passou muito longe.

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