Vai ter resistência

A idelogia integralista e fascista se fez presente como há muito tempo não se fazia no Congresso Nacional hoje. Era Deus, Povo, Nação, Progresso, Futuro, Respeito, Salvação, Libertação sendo usados para depor uma presidente sem acusações de corrupção contra ela para salvar o país da corrupção, pondo no lugar duas pessoas realmente criminosas: Temer e Eduardo Cunha.

Em nome da Família, do Agronegócio e dos Evangélicos os deputados assumem a postura messiânica de heróis da nação, estabelecendo “uma nova era para país”, que de novo não tem nada.

São noções tão abstratas que parece que os deputados saíram da realidade e votam pelo estado de ânimo, pela pressão da opinião pública oscilante pela mídia golpista. Transformaram a abertura de um julgamento numa questão de “futuro”, de “tudo ou nada”, o que foge totalmente dos rumos da justiça. Agem como se estivessem fazendo uma revolução, pois a bandeira deles “nunca será vermelha”.

Com a abstração, o cinismo ganha corpo como nunca. As palavras “democracia” e “constituição” viraram palavras-coringa: mesmo pessoas nada democráticas, que lutam claramente pela retirada de direitos constitucionais dos menos favorecidos, de repente votam para salvar a democracia e a constituição.

Com a diferença de que para eles democracia é voluntarismo popular, não respeito às instituições e aos ritos democráticos, os quais garantem que um governo eleito cumpra seus quatro anos de mandato a despeito da oposição política. As contradições são tantas que parece que não existe mais pensamento, as pessoas votam em nome da vontade e do ódio.

“Povo” para eles não inclui quem eles discordam. É uma entidade homogênea, sem pluralidade de opiniões, a qual eles podem pegar e se tornar representantes absolutos.

Não há dúvidas de que haverá uma retirada ainda maior de direitos e de retrocessos dos grupos oprimidos nos próximos anos. Não nos restará alternativa se não a organização popular radical e o trabalho de base, pois as instituições democráticas não são mais de confiança e não contemplam mais a pluralidade de sua população.

Os “Nãos” ao golpe claramente contêm a maioria das pessoas negras e das mulheres do plenário, enquanto o “Sim”, com algumas exceções, denuncia a ditadura do homem branco cis hétero burguês, do “cidadão de bem”, que em nome “dos bons costumes” está fazendo uma demonstração de força, afrontando as parcas conquistas dos movimentos sociais até aqui. Eles querem “unir o país” contra nós, por isso abraçam a bandeira que deveria ser de todos.

O livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment” (um catatau de 740 páginas), que será lançado em abril pela Editora Matrix, do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, em parceria com a filha Danielle Cunha, esse livro traz os bastidores do impeachment de Dilma”.

Frente à hipocrisia, ficamos com a seriedade da razão, das ideias e da verdade.

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