Com o avanço das técnicas de diagnóstico, as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) são identificadas de forma mais precoce, mesmo sem sintomas aparentes. A conscientização sobre a importância de rastrear essas infecções é crucial para a saúde sexual e prevenção.
Recentemente, houve uma mudança importante na terminologia médica, com as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) sendo substituídas pelo termo ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Isso ocorre porque muitas dessas infecções podem estar presentes no organismo sem causar sintomas visíveis, como corrimento, úlceras ou verrugas. Algumas condições, como sífilis latente, gonorreia orofaríngea, gonorreia anal e vaginal, clamídia, lesões iniciais de HPV, herpes e até o HIV, podem não se manifestar imediatamente, mas ainda assim podem ser transmitidas e causar danos ao longo do tempo.
O rastreio regular de ISTs é essencial para quem tem vida sexualmente ativa, independentemente da orientação sexual ou número de parceiros. Exames como a coleta de PCR, que pode ser realizada em locais como garganta, ânus, cavidade vaginal e uretra, ajudam na identificação precoce dessas infecções, mesmo quando não há sinais evidentes. Infelizmente, o acesso a esses exames ainda não é universal, embora algumas unidades do SUS e projetos de pesquisa ofereçam esse tipo de rastreio.
É importante lembrar que, ao procurar cuidados médicos, não se deve buscar consultas ou diagnósticos rápidos por meio de mensagens diretas, pois isso não é apenas desonesto, mas também ilegal. A consulta com um profissional da saúde, como um infectologista, é fundamental para orientações adequadas sobre exames e atualizações de vacinação.
Outro conceito importante a ser compreendido é a janela diagnóstica, que é o período entre a exposição a uma infecção e o momento em que os anticorpos ou antígenos são detectados em exames. Esse período pode variar conforme os métodos usados, e não adianta fazer o exame logo após uma exposição de risco. Os exames ajudam a diagnosticar infecções adquiridas no passado, sendo que é fundamental aguardar o tempo necessário para obter um resultado preciso.
Porém, se você tiver uma exposição de risco aumentado (como o rompimento do preservativo ou a não utilização do mesmo), é importante realizar exames e considerar a PEP (Profilaxia pós-exposição ao HIV), que deve ser iniciada em até 72 horas após a exposição. A prevenção é sempre o melhor caminho para a saúde sexual.
Manter-se informado, atualizado e realizar exames regulares são atitudes fundamentais para a sua saúde e bem-estar, além de contribuir para a prevenção e controle das ISTs.