Investigações contra os políticos

Sinceramente? Apesar de achar correto e necessário haver delações e provas contundentes que exponham a grotesca corrupção dos grandes políticos, fica a violenta sensação de impotência e de fragilidade do cidadão e da democracia quando o destino da política e do governo fica a cargo da polícia e do judiciário.

É urgente que possamos votar nesse momento. Não por esperança nos candidatos que por ventura se apresentarem, mas pela necessidade de ter o poder de escolha do nosso futuro novamente nas nossas mãos, enquanto cidadãos.

É esse o sentido da democracia e atualmente a alienação tem se apresentado diariamente com escândalos na mídia e golpes que deslocam os rumos do governo para muito distante do debate e da participação popular, nos tornando espectadores do nosso destino.

Este é um legado histórico forte que temos enquanto brasileiros. Nem a independência do Brasil ou a proclamação da república contaram com participação popular. O único momento histórico mais firme, depois de JK, em que tivemos um ensaio de democracia foi este período pós ditadura. E mesmo assim, saímos da ditadura sem eleições diretas, apesar do clamor popular da época pelas “direta já”.

Nosso primeiro presidente eleito foi Collor, cujo mandato foi impedido por denúncias de corrupção, e desde então fomos mantidos à margem da vida política, manipulados por propagandas eleitorais também sustentadas por corrupção e por uma classe política que não é substituída, apenas deslocada de um cargo a outro, notoriamente bastante corporativa e nada transparente.

A população precisa urgentemente se apropriar da sua história. É uma questão de reparação termos esse direito dentro da maior crise que tivemos na nossa curta democracia. A reforma política começará com a PEC que antecipa as eleições para 2017.

Que o movimento diretas já, que não ecoou completamente em 1984, ecoe agora, 36 anos depois.

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