A sinceridade diz respeito à transparência do eu perante o outro. É ter a ousadia de expor o que se pensa e o que se sente sem tergiversar. Porém, a honestidade, muito mais elevada, é principalmente olhar o outro com transparência, compreender sua humanidade, anseios, desejos, e ser verdadeiro diante deste outro que é olhado e compreendido.
Ser “sincero” sem levar em consideração o outro não é atitude dos honestos, mas dos cínicos, os pais da sinceridade, mas, como diria Cícero, filhos da falta de honra.
Em tempos em que ser sincero se confunde com ser honesto e em que a honra ocupa um lugar menor diante do “ser vc mesmo”, vemos que o cinismo, um dia relegado a um papel marginal na história da filosofia, definitivamente ganhou um papel central na história da sociedade.