A fraqueza do indivíduo no seu todo

A honra se mede na privacidade. É lá, onde ninguém está olhando, que somos de fato verdadeiros. Em público, nas redes sociais, com os amigos, com a família e até mesmo com nosso amor, que deveria ser a pessoa com quem temos o maior grau de intimidade, podemos assumir muitas formas.

Nesses casos, normalmente somos aquilo que muitas vezes desejamos que fôssemos, mas que na verdade não somos. Simulamos para nós mesmos o que gostaríamos de ser. Mas de repente, em meio a estranhos, aqueles que nunca mais veremos e cujo julgamento nada vale, tendemos a soltar nossos cachorros.

Latimos mais alto, somos mais animais. Ser franco, falar francamente, exercer a parresia, como queriam os gregos, é um ato de verdade que só existe quando não nos importamos com o outro. Somente os cínicos conseguiam executá-la.

Já nós em grande parte somos tentados à hipocrisia. Defendemos ideais e dizemos ser coisas que não sustentamos por completo com estranhos totais. Se os cínicos eram chamados de cachorros por latirem verdades indesejadas pra sociedade, vivendo à parte dela, quando estamos sozinhos, achando que ninguém importante está vendo, podemos ser cachorros sem escrúpulos também.

Na verdade, a maioria que está aí é muito dissimulada, com raras, absurdas e surpreendentes exceções, e se sentem despidas, como um selvagem que encontra a civilização, quando a hipocrisia é exposta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.