A contemplação da filosofia com estudos dos deuses

A origem da filosofia coincide com a morte da mitologia grega. No princípio, tanto os filósofos quanto os deuses do Olimpo compartilhavam do amor pela contemplação. Observar a realidade e se deleitar com as belezas dos eventos, a “kalogathia”, era a forma dos homens se aproximaram de seus primos ricos, os deuses, que, imortais (athanaton), não precisavam se dedicar às necessidades da sobrevivência e, por isso, poderiam apenas contemplar o mundo do Monte.

No entanto, foram os filósofos que perceberam a desvantagem de ser apenas imortal diante de algo mais sublime: a eternidade (aiónia). Os deuses eram imortais, mas não eternos. Eles tinham nascimento e deviam a vida à mesma mãe dos homens.

Por isso, não eram confiáveis, pois, o que não era pode vir a não ser novamente. Já o eterno foi formulado como aquilo que foi, é e será, o verbo, o princípio e o fim, sem nascimento e sem substância, como fonte não gerada de geração permanente.

Ao nome do eterno foi dado de Ser, por Anaxágora, mas sua medida pode ser vista em Parmênides, que disse “to gar auto noein estin te kai einai” (“ser e pensar são a mesma coisa”). Por meio do pensamento metafísico, os deuses foram derrubados pela filosofia, e o Ser tornou-se a nova divindade dos gregos. E era o pensamento metafísico que levava os homens em direção à eternidade, aos céus, para além das alturas.

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