Muitas vezes a palavra conspiração é colocada como um bloqueio contra a impressão e hipótese mais óbvias e que não deveriam ser aceitas de imediato apenas porque responsabilizariam materialmente pessoas e instituições, além de imputarem intenção em sujeitos que não conhecemos. Então, conclama-se a palavra conspiração e, de repente, o óbvio se torna inválido.
Alguém tem provas de que a morte do Teori foi um assassinato? Obviamente não. Porém pedir para que não desconfiemos disso é desafiar nossa inteligência.
Não se trata de buscar uma narrativa mais fácil em função do conforto e segurança que ela traz contra o desconhecido e o arbitrário. Mas da facilidade espontânea da narrativa em se encaixar na realidade e, com isso, evocar para si o estatuto de verdade.
Pois a mentira é que precisa de ocultar e manipular infinitos fatos pra se fazer válida. Tanto que para flagrar um mentiroso basta pedir que ele fale mais sobre o que aconteceu. Enquanto a verdade, ao contrário, é que precisa de uma busca ativa de fatos que a descorrobore para ser invalidada, já que tudo o mais lhe reafirma.