No mundo contemporâneo, a distorção da realidade promovida por movimentos ideológicos no poder leva a uma sensação de vertigem, onde a perda de referência pode nos afastar da verdade factual e nos lançar em um vazio existencial. Nesse cenário, a política se vê cada vez mais imersa na negação dos fatos, criando uma ficção que afasta a sociedade de sua própria identidade.
A sensação de náusea que você descreve é uma metáfora poderosa para o distúrbio que sentimos quando nossa percepção da realidade é desestabilizada. A comparação com os astronautas que, ao se afastarem da Terra, podem perder a gravidade e se perder no espaço infinito, ilustra a desconexão que ocorre quando a sociedade perde suas referências de verdade e realidade. O problema surge quando essa desconexão não é apenas uma sensação individual, mas um fenômeno coletivo que afeta toda uma nação.

A relação entre ficção e realidade é crucial para entender esse processo. Enquanto a ficção permite que a fantasia prevaleça sobre os fatos, a realidade, de acordo com o que você sugere, deve ser constituída por uma base sólida de fatos. Quando os fatos são ignorados ou distorcidos em nome de uma ideologia, surge um vórtice de incerteza que desorienta a sociedade. A diferença entre o que é real e o que é desejado se esvai, criando um ambiente onde a verdade se torna relativa, e as referências necessárias para compreender o mundo começam a se diluir.
A prática política ideológica, quando se permite que o desejo de poder submeta a realidade, resulta na construção de uma ficção política. A negação dos fatos não apenas impede a verdade de se manter no centro do debate, mas também desestabiliza a confiança da sociedade em seus próprios princípios. A sociedade, envolta nesse vórtice, perde o controle sobre sua própria identidade, pois não sabe mais qual é a sua verdadeira posição no mundo, nem para onde está indo.
A náusea, portanto, surge como uma resposta a essa perda de estabilidade. A ética na política, de acordo com sua reflexão, deve ser a defesa dos fatos contra a tentação da negação ideológica. A verdadeira responsabilidade política, portanto, reside em manter os pés no chão, respeitando a realidade e a verdade, mesmo diante de forças que tentam distorcê-las.
O poder, ao invés de manipular os fatos para atender aos seus próprios desejos, deve ser o guardião da realidade, para que a sociedade possa seguir com confiança em sua trajetória, com um senso claro de quem somos e de onde viemos.