Honestamente, o apego dos bolsominions ao Bolsonaro e a defesa irrestrita e irracional às suas ideias obedecem criteriosamente os sintomas que a Escola de Frankurt expôs a respeito do totalitarismo: um apego a uma narrativa fictícia da realidade como se fosse a “verdadeira verdade”, antecipando e reduzindo o outro à uma teoria conspiratória.
A evidência e a autoridade se transformam paranoicamente em manipulações contra o grande Líder, o salvador, sempre vítima de investidas injustas e de mentiras da oposição.
A informação, nesse caso, não serve para fazer o indivíduo pensar, mas apenas para reafirmar ou não sua ideologia. A notícia falsa, quando atende o anseio ideológico, ganha peso de verdade exclusivamente pela coerência interna da tese; quando a notícia verdadeira vai de encontro à tese, torna-se mentira.
Neste sentido, não é a opinião política que se molda à informação, mas a informação que se molda à opinião política.
E cada vez mais eles se isolam em suas bolhas de convicções e ficam inacessíveis ao diálogo. É definitivamente a vulnerabilidade subjetiva de lidar com o contraditório, sob o risco de terem a própria realidade em que vivem desintegrada.