Em um mundo saturado pela pressão de “viver o agora”, a busca incessante por experiências marcantes deixa de lado o valor do simples estar.
Vivemos em uma era marcada pela incessante busca por experiências extraordinárias e pela valorização do “aqui e agora”. São frases motivacionais que nos incitam a viver cada momento como se fosse único e insubstituível. No entanto, por trás desse imperativo de intensidade, muitas vezes se esconde uma visão superficial da vida, pautada pelo consumo incessante de experiências que, em sua maioria, são avaliadas pela quantidade e pela capacidade de preencher nossas agendas lotadas de atividades.
O que muitas vezes não se questiona é o valor do “não fazer”, da ausência de experiências e do estado de espera, que na verdade compõem a maior parte da nossa existência. A vida, na sua essência, é simples e frequentemente marcada por intervalos de espera, espaços vazios que não precisam ser preenchidos com eventos grandiosos ou com a busca por adrenalina. A tentativa de saturar cada instante com algo significativo pode, na verdade, nos afastar da tranquilidade que reside na aceitação do momento presente como ele é.
Essa ansiedade por experiências e pelo “viver intensamente” tem se tornado um reflexo da sociedade moderna, que cada vez mais valoriza o fazer e o ter, em detrimento do ser. O ócio, aquele espaço de nada fazer, tornou-se algo a ser evitado, como se fosse sinônimo de improdutividade ou de falha. No entanto, é justamente nesse intervalo de espera, nesse “nada”, que podemos encontrar uma forma profunda de estar com nós mesmos, sem pressões externas ou expectativas.
Portanto, minha sugestão seria: ao invés de se pressionar para viver experiências extraordinárias a cada instante, aprenda a desfrutar da quietude do agora. O “nada” não é vazio, mas um campo fértil de reflexão e de paz interior. Aceite o estado de espera como um momento confortável e natural da vida, um lugar onde você pode ser plenamente você, a qualquer instante.