Reflita do que esta vivendo nessa pandemia

Muito se sugere para “viver o agora” e “cada momento como se fosse único”. Porém, apesar de atraentes e propagandísticos, ambos os imperativos são apenas formas burguesas de viver, pautadas no consumo insaciável de experiências que são avaliadas predominantemente por sua quantidade.

A verdade, contudo, é que a vida, simples como ele é, em sua maior parte se trata de um estado de espera. O que não querem nos contar é que a experiência fundamental da vida é essencialmente a ausência de experiências, apenas esporadicamente preenchida por momentos positivos (e não há nada de errado na predominância do nada).

Vivemos, entretanto, numa época marcada por uma ansiedade por experiências que destrói a potencialidade do simples estado de espera e do ócio improdutivo.

Se eu pudesse dar uma sugestão a vocês, portanto, seria: não procurem “viver o agora” como se devêssemos vivenciar coisas incríveis a todo instante.

Apenas curta esse intervalo de espera e de nada como um lugar confortável onde você pode estar a qualquer instante.

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