Quarentena: Vivendo o isolamento social

A solitude não é inimiga dos seres humanos. Podemos nos sentir amparados mesmo sozinhos, pois, estaremos na companhia socrática de nós mesmos. A solitude é possível quando o espaço social é pacífico, e permite nossa entrada e saída deste mundo.

Pensar é uma permissão coletiva. Já a solidão, um traço do vazio do pensamento, dá-se muitas vezes na companhia dos demais, quando tal companhia é igualmente vazia.

Na quarentena, podemos estar a sós, mas se ela é um movimento de responsabilidade coletiva, feito em harmonia por todos, não caímos em solidão-vazio, mesmo com o tédio da ausência de experiências fora de casa.

No entanto, quando uma parte da sociedade se joga na irresponsabilidade de quebrar o isolamento social, peitando as evidências científicas para fazer o que quer e colocando em risco toda a sociedade em seu egoísmo, a solidão-vazio nos arrebata.

Não estamos mais sozinhos apenas fisicamente, mas em pensamento, em espírito, gritando no deserto contra uma massa de surdos.

Essa é a verdadeira e mais insuportável das quarentenas, quando temos que nos isolar da ignorância coletiva.

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