A reflexão sobre os sentimentos de medo, frustração e a necessidade de ação conjunta diante da crise global.
A pandemia da Covid-19 tem sido um caminho árduo e repleto de desafios, levando ao abismo muitas famílias que perderam entes queridos e alteraram radicalmente suas rotinas. Mais de 50 mil famílias, no estado de São Paulo, por exemplo, não tiveram o que comemorar, sendo silenciados risos e despedidas que, antes, eram comuns em momentos de celebração. A dor da perda é difícil de descrever, mas, de certa forma, ela se torna coletiva, uma dor multiplicada por dezenas de milhares de vidas interrompidas.
A pandemia expôs falácias em discursos e em algumas atitudes de pessoas que, infelizmente, buscaram negar a realidade ou minimizar os riscos. Por um lado, algumas ainda negam a gravidade da situação, enquanto outros cedem ao pânico e à histeria. Ambos os comportamentos são prejudiciais, uma vez que nenhum deles contribui para a construção de uma solução real. O pânico é inútil, assim como a negação, e o que precisamos é de uma ação fundamentada na ciência, que já evoluiu significativamente desde as grandes epidemias do passado, como a Gripe Espanhola. No entanto, mesmo com tanto conhecimento e avanço, as incertezas persistem e muitos se recusam a ouvir os especialistas.
O Brasil, com sua população e condições de saúde desiguais, enfrenta um dilema único. Por um lado, a economia será afetada com as medidas de restrição, mas por outro, a vida das pessoas deve ser preservada. Como disse a ONU, a pandemia pode ser controlada, e a principal medida é o distanciamento social. No entanto, algumas decisões equivocadas, como a negação do distanciamento ou a falta de uma comunicação clara, agravam ainda mais a situação.
Muitos acreditavam que a natureza tropical do Brasil protegeria o país de uma disseminação tão agressiva do coronavírus, mas, como se demonstrou em vários outros lugares do mundo, o calor não impede a propagação do vírus. Países como Taiwan e Singapura, que enfrentaram o vírus com rapidez e eficácia, demonstram que a solução está nas ações imediatas de controle e na cooperação internacional. A China, por exemplo, conseguiu controlar sua crise através de medidas rigorosas de isolamento.
O que também ficou claro é que o grupo de risco não se limita a idosos e pessoas com comorbidades. Apesar de os jovens apresentarem menor risco de complicações graves, o vírus não faz distinções, e sua propagação em grandes quantidades pode sobrecarregar os sistemas de saúde, afetando todos, independentemente da idade ou saúde pré-existente. A medida mais importante para todos, inclusive crianças, é a adesão ao isolamento social e à higiene rigorosa.
Ao observar a situação, fica claro que a pandemia exigirá de nós uma mudança de comportamento. De fato, o uso das tecnologias, como smartphones, permite que ainda mantenhamos contato social, mesmo que fisicamente distantes. A realidade agora é a de que todos nós temos um papel fundamental na contenção do vírus, sendo necessário agir com responsabilidade para reduzir a velocidade de propagação. Nesse sentido, o trabalho colaborativo, com o apoio das autoridades e da população, se torna crucial.
Estamos vivendo uma crise sem precedentes, mas também uma oportunidade de aprendizado. O momento é de reflexão, e todos têm a chance de agir como líderes na luta contra o Covid-19. O futuro dependerá das ações que tomamos hoje, e essa pandemia pode, de certa forma, nos ensinar a ser mais colaborativos e conscientes, respeitando a saúde pública e priorizando o bem-estar coletivo.