A importância do aleitamento materno

Na boa medicina e boa pediatria sabemos que o aleitamento materno é a melhor forma de proteger a saúde do bebê, não apenas pela riqueza do leite materno, incopiável laboratorialmente, como também pelo próprio ato da amamentação, cujo contato corpo-a-corpo e boca-mamilo oferece estímulos neuro-sensoriais importantes para o desenvolvimento neuro-psico-motor da criança.

Os casos em que não é possível manter o aleitamento materno devem ser justificados pelo maior risco particular frente ao aleitamento por fórmula, algo que precisa de indicação médica.

É escandaloso portanto que a representação estadunidense na OMS tenha se posicionado contra o aleitamento materno em nome da indústria de fórmulas, chegando a ameaçar outras nações, em grave crise diplomática, para que não passasse o consenso. Também é escandaloso que a ganância dessa indústria se coloque acima de 40 anos de trabalhos científicos para aumentar seus lucros, pleiteando de fato equiparar as fórmulas ao leite materno (um delírio distópico, certamente).

Segue abaixo reportagem sobre essa péssima conduta norte-americana na OMS:

“A delegação dos EUA surpreendeu a comunidade internacional em uma reunião da Assembleia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao condenar uma resolução de incentivo à amamentação. O posicionamento americano foi contrário ao recomendado por estudos científicos e atendia aos interesses dos fabricantes de fórmulas infantis. Os diplomatas do país ainda ameaçaram impor sanções comerciais às nações que apoiassem a medida.

O texto apresentado na Assembleia baseou-se em décadas de pesquisa e concluiu que o leite materno é mais saudável para as crianças menores. Por isso, recomendava-se que os governos limitassem o marketing impreciso ou enganoso de métodos substitutivos da amamentação.

As autoridades americanas tentaram tirar a recomendação do texto final da resolução, assim como um trecho que pedia aos governos para “proteger, promover e apoiar a amamentação”. O esforço, porém, não foi bem-sucedido.

A estratégia seguinte, então, foi recorrer a ameaças. Washington dissuadiu o Equador, autor da medida, a apresentá-la, afirmando que, se o fizesse, seria alvo de sanções comerciais e perderia ajuda militar. O mesmo recurso foi aplicado a outras nações da África e da América Latina. As discussões sobre a resolução acabaram sendo conduzidas por iniciativa da Rússia, que fez os americanos desistirem das intimidações.”

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