Politizado

É inacreditável que pautas econômicas e sociais tenham ficado de fora da política, a pretexto de uma discussão desnecessária de moral, ignorando todo e qualquer raciocínio a respeito de caminhos para administrar a máquina pública e de ampliar o tecido social de combate à pobreza e as desigualdades.

O mais incrível é que junto a esse vieram as aquisições aos discursos fundamentalistas, de ódio e de divisão do país, sob o pretexto de achincalhamento da esquerda acima de tudo e demonização dos movimentos sociais, acima de todos.

A conversa mole sobre corrupção e sobre “demonização de partidos políticos” ganhou a cabeça dos desavisados e conquistou o voto dos menos informados. Só me resta lamentar, pois, não estou contente. Uma parte de mim não aceita isso, a outra se adapta, pois vivemos numa democracia, e a maioria absoluta assim decidiu!

Que é muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos, só você escolhe como viver, tem que saber escolher quem trará o veneficio de todo um povo, que exige mudança e respeito, não mais corrupção, não mais violência, mais educação, mais saúde, mais tolerância, em suas mãos você tem o futuro presente de seus filhos.

No atual momento é preciso lembrar que o presidente é o nosso representante político e sem duvidas um discurso de ódio, retrógrado e antidemocrático não me representa. Não basta você não ser racista, você precisa ser anti-racismo, não basta você não ser homofóbico você tem que ser anti-homofobia, não basta você “não ser machista” você precisa ser pró feminismo e escutar o que as mulheres têm a dizer, e comprar a luta! Ainda há um caminho longo para à equidade mas se todos nós comprarmos essa briga podemos encurtar as distâncias. É preciso reconhecer os privilégios e ceder.

É o momento de esquecermos o ódio partidário e pensar em toda a liberdade que será ceifada das futuras gerações. Liberdade essa já tão limitada pra tanta brasileiros e brasileiras de tantas realidades desse País tão vasto. Precisamos transformar esse ódio em união. É o momento de pensarmos juntos que povo somos nós? Que legado vamos deixas para os nossos sobrinhos, filhos, netos… O legado de outra ditadura? Porque insistir nos erros de outrora e onde foi parar o nosso senso crítico Brasil?

É o momento de dizer não ao retrocesso, não ao preconceito, não ao racismo! Sim, é preciso defender a bandeira que não é sua também, porque quando os direitos são tirados são tirados de todos e todos sofrem as consequências.

Não permitam que outra ditadura aconteça. O Brasil tem que ser o Brasil, olhar pra suas dificuldades e suas possibilidades e encarar os desafios. É preciso ser contra a corrupção de super faturar obra, mas também tem que ser contra furar fila, ser contra usar dos privilégios pra tirar vantagens de situações. É preciso cobrar que o dinheiro público seja gosto no que é devido de forma estrutural, mas também precisamos parar de sonegar impostos.

É preciso olhar pra as nossas corrupções cotidianas e veladas e parar de tentar achar um violão externo a quem apontar o dedo. Se os corruptos estão no poder foi porque nós permitimos, porque serviam as nosso interesses, votamos neles, até o exato momento vivemos uma democracia (E que assim permaneça!).

Precisamos transformar esse ódio em ativismo político! Cobrar melhores serviços públicos, segurança pública, educação publica, saúde pública, mais transparência com as contas públicas. Mas tudo isso só se pode cobrar em um governo democrático. E se você olhar países como Portugal e Espanha por exemplo, que vem se recuperando bem da crise, são países governados pela esquerda, e não é nenhum comunismo, tá longe de ser Cuba!

Para além das dissidências partidárias vamos ser sensatos, é muito sério o que tá em risco. Se o discurso do Bolsonaro dá medo, e não te representa, se você não é racista, não é machista, não é homofóbico se você não é pró ditadura nem pró tortura. Seja a oposição, não compactue com o ódio, faça a diferença! É preciso tomar partido da democracia

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