Constituinte de Maduro chega ao fim, o parlamento é anulado

Confusões e vieses à parte sobre a intricada conjuntura política e econômica da Venezuela nesse momento de assembleia constituinte, a repressão violenta de Estado contra manifestantes e as prisões políticas arbitrárias têm sido fatos notórios dessa conjuntura.

Não precisa de muito então para classificar o governo de Maduro como uma ditadura, à despeito do resultado eleitoral e do processo em que essa constituinte se instaurou, pois uma democracia não é feita apenas de voto e de vontade da maioria.

Morte em protestos não é um acidente, tampouco uma coisa normal. Certas liberdades políticas não podem ser desrespeitadas, a despeito de se concordar ou não com a ideologia partidária e com o projeto de sociedade em questão.

Assembleia Constituinte finaliza trabalhos sem propor | Internacional
Os 545 deputados constituintes realizaram um balanço dos três anos de ANC que finalizará atividades sem propor uma nova carta magna. – Reprodução

Muito me admira a esquerda brasileira que tanto sofre com a repressão da polícia militar e com a fragilidade democrática do nosso país consentir sentada com a repressão venezuelana sob o argumento “de que não dá pra saber direito o que acontece lá”.

Em detalhes, não dá pra saber de nada em lugar nenhum, mas uma postura ética na política se dá diante desses fatos extremos que não precisam de muita explicação para serem observados e entendidos. O trato com o descontentamento público é o melhor termômetro de uma democracia. E se a nossa está ruim por isso, a da Venezuela também.

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