É preciso passar por tempestades para encontrar a calmaria e aprender a se amar de verdade.
Durante muito tempo, lutei contra mim mesmo, tentei desesperadamente recuperar algo que parecia cada vez mais distante. Perdi noites de sono e passei horas em um ciclo de fantasias, criando em minha mente o cenário perfeito que, ao amanhecer, parecia real, mas logo se desfazia. Cada novo dia começava com a esperança de que, finalmente, algo aconteceria. Mas nada se concretizava.
Ao longo desse processo, minha agenda telefônica foi se preenchendo com “nomes”, cada um com um significado. Mas, na verdade, nenhum desses “nomes” conseguia me levar ao significado que eu mais desejava, o verdadeiro amor. Então, o tempo passou, e com ele, cresci e amadureci. Foi nesse amadurecimento que percebi o quanto de tempo havia perdido, tentando preencher um vazio que não precisava ser preenchido com mais nada ou ninguém. Eu, que havia dedicado tanto esforço para encontrar o amor fora, passei a me redescobrir e perceber o quanto eu era especial. O que eu mais precisava já estava dentro de mim o tempo todo: o amor próprio.
Hoje, a pergunta que mais me fazem é se tenho alguém. E minha resposta é simples: não, hoje tenho uma vontade imensa de viver e de me permitir experimentar tudo o que a vida tem de melhor. Não é que eu seja autossuficiente, não é isso. O que aconteceu foi que, depois de tantos erros e frustrações, comecei a descobrir um lado meu que sempre esteve ali, mas que por muito tempo ficou enterrado: o amor por mim mesmo.
A vida, assim como o mar, tem suas arrebentações. Passamos por momentos difíceis e, por mais que as ondas nos lancem para longe da costa, encontramos, eventualmente, um mar mais calmo, mais azul, cheio de novos horizontes. Diante das felicidades, a vida nos surpreende com mudanças, com ventos fortes e tormentas, mas é exatamente nessas mudanças que podemos aprender. Porque o que antes parecia certo, pode se tornar incerto, e aquele alguém que parecia ser o amor da nossa vida, de repente, se revela apenas mais uma ilusão.
Aprendi que a verdadeira paz e felicidade vêm de dentro, e que não precisamos nos perder em buscas externas para encontrá-las. O amor próprio é a base de tudo, e quando nos permitimos nos amar de verdade, abrimos portas para novas possibilidades, para um futuro cheio de amor, tranquilidade e crescimento. A vida é uma jornada de autodescoberta, e, no final, somos nós mesmos que devemos ser nossa prioridade.