Você sabe? Em algum momento de sua vida, você encontrará amor espontâneo. Daqueles que aparecem quando você não o imagina e que o solo, o coração e as emoções vêm para movê-lo.

Eles são um daqueles amores dos quais ninguém está isento e que nunca avisam quando vão chegar, mas chegam. Eles fazem isso com a força de um furacão e agitam tanto você, que levam você pensar se será correto se juntar ao seu belo caos. Eles forçam você a repensar seu cenário e valorizar o que você tem em relação ao que eles oferecem.

E não é que eles sejam maus e evoquem o mal em você para forçá-lo a fazer coisas que talvez você nunca tenha pensado em fazer. Eles apenas atiram em você. Eles são flechados. Eles lhe dão “aquilo” que é tão necessário para acender a chama e decidem dar aquele salto no vazio com alguém que, embora tenha surgido de repente, também quer pular com você, apesar da sua aparente “estabilidade”, porque você a possui. Como você, eu não encontrei mais ninguém

Definitivamente, são amores que costumam chegar um pouco tarde, no momento menos indicado ou na situação menos pensada. E no final, eles são um daqueles amores que, por um motivo ou outro, não podem ficar, mas você também não. Não por falta de desejo, mas por privação de poder, porque querer nem sempre é poder. E se algo é engraçado na vida em seu raro senso de humor, é ver como histórias intensas se cruzam que não serão capazes de terminar de escrever.

Talvez a tarefa desses amores seja ensinar-nos que, embora fugazes, eles podem ser intensos. Que, apesar da experiência e das negações, sempre aparece alguém que nos faz sentir “aquilo” que esse amor deve sentir para funcionar. Alguém que nos dá esperança de que, por aí, ainda existem aqueles que podem nos dar “aquilo” que realmente existe e que, em última análise, nos lembra como é incrível estar vivo. Como é incrível existir em outro, mesmo que no final, seja apenas por um momento.