Fim do isolamento: morra sozinho e seja enterrado coletivamente

Inúmeras pessoas estão defendendo o fim do período de isolamento com o discurso de que a economia sofrerá muito mais. Diversos economistas já demonstraram que o retorno precoce as aglomerações sociais trarão um impacto muito maior para a economia.

O governador João Doria sabe que é improvável que o Bolsonaro não acabe com o isolamento social onde for esfera de poder dele em alguns dias e que ele consegue influenciar outros governadores. Por isso se adiantou em declarar aqui no estado de São Paulo que encerrará gradualmente a partir de 11 de maio.

Em seu discurso pronunciou que fará isso com o aval da ciência. Não sou biólogo, mas sei que sem testes o suficiente para saber a situação da saúde da população em relação ao Covid-19 não tem abertura baseada na ciência. Como quase não há testes as pessoas pagarão literalmente com a vida pelas ações eleitoreiras desses dois.

Uma parcela da sociedade brasileira defende o fim do período de isolamento com o discurso de que a economia sofrerá muito mais. Diversos economistas já demonstraram que o retorno precoce as aglomerações sociais trarão um impacto muito maior para a economia, já que as pessoas morrerão e sem cidadãos o baque econômico é muito maior. A solução é taxar as grandes fortunas e negociar a dívida pública (para ser honesto, o correto socialmente e economicamente seria anulá-la, já que existe em cima de juros abusivos e capital improdutivo).

 

Nova atualização
Crise econômica. Imagem: G1

A população brasileira em muitos casos querem conceber que as grandes fortunas trariam a verba necessária para combater essa crise sanitária de forma correta (e diminuir desigualdades). Alegam que o dinheiro será levado para outros países. Pois, bem! As grandes fortunas já não trazem esse dinheiro para o país. Seu dinheiro está em bancos internacionais sediados em paraísos fiscais, e mesmo o dinheiro que está aqui não retorna para sociedade. Os ricos não criam a maioria dos postos de trabalho na sociedade e nem pagam os impostos de forma devida.

Sua existência é igualar a um parasita que suga a vida de seu hospedeiro, agora é o momento da sociedade se livrar de seus parasitas. As grandes fortunas, as megacorporações e os conglomerados de investimento no mercado geram dinheiro na flutuação e especulação do mercado, porém, nunca tem grandes perdas, pois, possuem investimentos em todas as grandes empresas de capital aberto. As companhias são donas de várias ações umas das outras. O capital é uma teia tecida entre os capitalistas. Nós, a sociedade, somos as presas e até mesmo marionetes para os governantes.

A grande elite que trouxe a doença para o Brasil, mas os pobres é que morrem, porém, não podemos nos fazer apáticos para o fato que Brasilândia possui menos casos e um número extremamente alto dessas mortes.

A desigualdade criada por processos históricos, tal qual a escravização da população africana e negra, os genocídios indígenas nas Américas, “guerra as drogas”, traz à tona que as mortes por Covid-19 nas regiões pobres, em comunidades e periferias, não é acaso. Todas as cidades do mundo possuem em suas periferias o produto das desigualdades históricas. Esse produto são vidas, são pessoas que labutam e labutam para viver uma vida minimamente digna num sistema que os oprime.

O surto da pandemia do coronavírus, joga na cara de todos (escrevendo assim até parece que as ações policiais, do tráfico, dos políticos, de todos nós de classe média, do acesso à educação, saúde e sistema sanitário já não jogasse antes). Fazê-las voltar ao trabalho com a possibilidade de morrerem e infectarem seus entes queridos são imoral e ilegítimo. As pessoas merecem condições dignas e pagaram altas contas para isso (mais que qualquer banqueiro possa botar na ponta do lápis, a vida não tem preço). O estado entra para matar ou deixar morrer nas favelas, de outra forma é sempre o estado mínimo que os neoliberais tanto repetem idiotamente feito mantra.

Então para os indivíduos que não querem taxar grandes fortunas por medo de criarem pobreza em excesso, ou aqueles que não querem nem ao menos debater a nulificação da dívida pública abusiva que os bancos nos fazem reféns, deixo a pergunta, o sistema atual já não produz pobreza suficiente para você? Qual é o limite de miséria humana que você acha aceitável? A taxação das misérias que é como o mundo funciona atualmente é o suficiente para você? O mundo que você vive é florido demais a ponto de você pensar que os ricos sustentam a economia e não que a economia sustenta os ricos?

Quem produz e quem sustenta a sociedade, é a classe trabalhadora que supri suas necessidades de produção, consumo e crescimento sem comprometer as bases para o desenvolvimento das futuras gerações. Tem os que se apropriam do produto do trabalho alheio e tem os que trabalham. Defenda quem você achar melhor, mas saiba que quem fica em cima do muro já optou pelo poder hegemônico. Toda realidade é extremada, a única pergunta cabível que você pode se fazer é a que Paulo Freire nos deixou, “Sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.