No Brasil, coronavírus vai ser um genocídio

O Brasil enfrentará uma grande tragédia quando a pandemia atingir as comunidades carentes e os trabalhadores informais, pode levar o país a um “um genocídio”

No Brasil quando o Coronavírus atingir a população carente do país, as medidas que os governos estão tomando para tentar amenizar a propagação do Covid-19, não será eficaz. Diante disso quando se anunciam medidas de prevenção do gênero ‘fique em um quarto isolado’ ou ‘não saia de casa, fique em isolamento social, mas essas informações não chegam aos 80 milhões de pobres — não chega, no sentido, da comunicação, e na definição em que não é suficiente.

O  país está muito atrasado diante ao combate ao vírus. Aliás, o país desperdiçou às três grandes vantagens que tinha:

A primeira era o vírus chegar mais tarde. O Brasil teve oportunidade de ver como a China o combateu, como a Coreia do Sul o controlou de forma superficial, como Taiwan o suprimiu, como a Itália vem tentando diminuir o caso de mortes e infectados, são quatro experiências diferentes, umas medidas adequadas, outras não, mas o Brasil não aprendeu com essas experiências, o que foi uma burrice de todo o tamanho.

A segunda foi não aproveitar o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS), considerado o maior sistema público de saúde do mundo, abrangendo 100% da população, um programa que não tem paralelo no mundo, que a China não tem, que os Estados Unidos passa longe de ter um. O SUS podia estar já operando em rede, mas não está, é um descaso total.

A terceira foi a experiência acumulada com o Vírus da Zika. Um vírus que começou no Brasil, descoberto no Brasil, cuja identificação do genoma foi obtida por cientistas brasileiros, hoje tão perseguidos por este governo. Nas ocasiões finais de 2015, durante o segundo governo de Dilma Rousseff, tomamos medidas muito radicais logo de início, com todas as forças juntas e salas de comando integradas com os governos estaduais, combatendo o vetor, cuidando das pessoas e investindo recursos nas ciências.

Quando o Sars-CoV-2 chegar as periferias, comunidades vai ser uma grande tragédia, um genocídio. No Brasil o Coronavírus será um genocídio. Quando se diz para os idosos se recolherem, esquece-se de que os cidadãos mais velhos e pobres não têm cuidadores, não têm áreas isoladas nas suas casas, não têm alimentação especial. Quando se diz que isto é uma opção individual e que as pessoas não podem sair de casa, como é que se mantém em casas mínimas um monte de gente? As crianças não vão para a rua? Claro que vão para a rua.

Na China, o vírus foi quatro vezes mais fatal nas áreas pobres do que nas ricas ou nas das classes médias. No Brasil, dentro de uma só cidade, há desigualdades brutais. Além disso, há outro problema iniciado por Michel Temer e continuado por Jair Bolsonaro.

O trabalho informal que eles chamam de “empreendedorismo”. Há 40 milhões de brasileiros sem trabalho formal, da mulher ao motorista de Uber, passando pelo entregador de comida. Eles têm um rendimento, mas nem o podem comprovar. Esses não irão conseguir ficar em casa. Andarão de transporte público (ônibus, metro, trens, etc). Uma tragédia. Um genocídio.

Em primeiro lugar não há nenhum documento que prove que a corrupção nos governos do (PT) nos tempos do Lula e Dilma Rousseff e que tenha sido maior que em outros governos. O que houve foi a criação de mecanismos — como a delação premiada e muitos outros — durante os governos do Partido Trabalhista (PT) que facilitaram a descoberta desses casos.

Antes ficava tudo por debaixo dos panos. Por outro lado, nunca se investiu tanto em saúde como no tempo do (PT): em Unidades de Pronto Atendimento [as UPAs, postos de saúde especializados em tratamentos de média complexidade] e em hospitais, porque a carência de leitos diminuiu muito, e já para não falar no programa Mais Médicos [estabelecido com Cuba], uma vez que em 700 municípios do Brasil, antes do (PT), não havia médicos —  era falta dos profissionais da medicina,  não existem médico!

Uma crise destas ganha ainda dimensão maior sendo Jair Bolsonaro o presidente, um grande fascista, assassino de uma nação inteira. Os países todos estão a enfrentar 1918, a crise sanitária da gripe espanhola, 1929, com o colapso súbito da Bolsa de Nova Iorque e a respetiva instabilidade produtiva e econômica, e 2008, o ano da crise financeira, ao mesmo tempo. 

O Brasil ainda enfrenta uma crise política — é a tempestade perfeita. Numa altura desta gravidade, o presidente briga com o Senado, com a Câmara dos Deputados e com o Supremo Tribunal Federal, ofende os governadores e os municípios e ainda desautoriza o próprio ministro da saúde, que está a tentar fazer face ao problema. Nem no pior dos piores os cenários se poderia imaginar um presidente assim.

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