Brasil ultrapassa 5 mil mortes por Covid-19: ministro alerta para agravamento da situação

Com a situação do coronavírus em escalada, o Brasil enfrenta um cenário preocupante, superando oficialmente os números de óbitos da China, enquanto o governo minimiza a gravidade da crise.

Na terça-feira (28), o ministro da Saúde, Nelson Teich, alertou para o “agravamento da situação” da Covid-19 no Brasil. Em uma avaliação diante do aumento de 474 mortes confirmadas em apenas 24 horas, o total de óbitos no país chegou a 5.017, com 71.886 casos registrados, um aumento de mais de 5 mil em relação ao dia anterior. Em apenas sete dias, o Brasil contabilizou 2.111 mortes a mais, e outros 1.156 óbitos ainda estão sob investigação.

O aumento diário de óbitos, mesmo com as subnotificações identificadas, tem gerado crescente preocupação entre autoridades de saúde. Segundo Teich, o número elevado e crescente de mortes e casos confirma que o país enfrenta uma curva de agravamento. “O que tem que ficar claro é um número que vem crescendo. A gente tem que abordar isso como um problema, com uma curva que vem crescendo”, afirmou o ministro.

Os estados mais afetados continuam a ser São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas. São Paulo, que lidera com 2.049 mortes e 24.041 casos confirmados, é seguido pelo Rio de Janeiro, com 738 mortes e 8.504 casos. Pernambuco, Ceará e Amazonas completam a lista com números alarmantes.

Em contraste com as palavras do ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro fez um comentário desdenhoso sobre o aumento das mortes no país. Questionado sobre o elevado número de vítimas fatais, ele respondeu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre”, minimizando a crise sanitária e gerando críticas por sua postura indiferente.

O Ministério da Saúde ainda revela que, dos 63.100 pacientes com Covid-19, 26.573 (54%) já se recuperaram, enquanto 19.606 (40%) permanecem em acompanhamento. Entretanto, o número de mortes continua crescendo, refletindo a gravidade da pandemia.

Por outro lado, o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, fez uma previsão preocupante sobre o agravamento da situação nas próximas semanas. Ele destacou os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Amazonas como as áreas de maior atenção, com expectativa de intensificação da transmissão, principalmente na região metropolitana de São Paulo e nas capitais do Nordeste.

A discrepância entre a realidade das ruas e a postura minimizadora do governo continua a gerar desconfiança na população e entre especialistas. Enquanto as autoridades de saúde apontam o crescimento da pandemia, o país se aproxima de uma catástrofe ainda maior, com a falta de infraestrutura de saúde e um governo que parece relutar em tomar medidas mais eficazes para conter a propagação do vírus.

Esses números e a gravidade da situação exigem ações mais contundentes e a mobilização de toda a sociedade para enfrentar a crise de saúde pública que assola o Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.